"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Sem Comentários!!!

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A reacção do boçal director à derrota da sua “petição” !

«O rosto da petição para reposição do busto, Abel Matos Santos, diz que venceu a “ignorância, o medo e a mentira”, a propósito da votação de dia 18. O director do Jornal de Coruche lembra que se falou durante três horas acerca de Salazar e apenas 20 minutos sobre o major. Uma ligação que considera ser intelectualmente falaciosa pelo facto de o major Luís Alberto Oliveira ter sido afastado por Salazar por conspirar contra ele. “Ficará conhecido como um sem abrigo, proscrito pela ditadura e incompreendido pela democracia”, argumenta Abel Santos. Para si não faz sentido voltar ao assunto e deve-se respeitar a decisão da assembleia municipal, lembrando que haverá oportunidades de futuro. » (O Mirante)
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Arrumada a questão, com um rotundo NÃO ao Fascismo!!!

O Catatónico director mais o seu amigo presidente da câmara, foram derrotados.
Não haverá reposição do busto do Ministro de Salazar, a derrota da “petição” que mais não era que um embuste, promovida pelo Jornal de Coruche e apoiada pelo Presidente da Câmara, foi consumada na Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007.

Para a derrota daqueles que pretendiam repor na praça da liberdade em Coruche um símbolo do fascismo, contribuíram decisivamente os 13 eleitos da CDU.

Viva Coruche!
Viva o 25 de Abril!
Fascismo Nunca Mais!




domingo, 21 de outubro de 2007

ENTRE_SONS (8)

Sergio Godinho - "Primeiro Dia"
(ao vivo no CCB)

Sessão Pública Recorda Luta Pelas Oito Horas

(Jornal “Mais Região” Out.07)

(Clique para aumentar)

São noticias como esta que passam ao lado do “Jornal” de Coruche e do Redactor Principal.


PORQUE SERÁ?!

Onde está o Wally?

Obra do Observatório do Sobreiro e da Cortiça suspensa ("O Mirante/18/10/07)

A empreitada de construção do Observatório do Sobreiro e da Cortiça esteve mais uma semana suspensa do que o previsto. Tudo porque a empresa projectista não conseguiu reunir todos os dados os dados sobre as deficiências detectadas por técnicos municipais e pela empresa de fiscalização devido à discrepância nas medições de valores de materiais como betão e aço. Valores considerados insuficientes para dar cumprimento ao previsto no projecto em termos da estrutura do edifício.
Para o presidente da câmara, Dionísio Mendes (PS), a situação só deverá ser restabelecida quando a empresa projectista definir os valores previsto no caderno de encargos da obra. Facto que será comunicado ao empreiteiro para lhe dar seguimento. O autarca disse ainda que caso sejam apuradas responsabilidades estas irão ser assacadas à empresa projectista.

Quem descobrir esta noticia na edição impressa de “O Mirante” de 18/10/07, Está habilitado para encontrar o Wally!

É estranho!

Constou-me que houve uma reunião extraordinária da câmara de Coruche no dia 12 de Outubro de 2007.
O que terá sido tratado nesta reunião? Estranho que a RVS e o Redactor Principal sempre “em cima do acontecimento “, não tenham dito nada do que se passou nesta reunião. Nem tenham entrevistado o Presidente como sempre acontece!
Será que, o que lá se passou não convêm ser divulgado?!

Sempre em boa companhia!

(18/10/07;O Mirante) O Independente Dionísio omite um "pequeno pormenor" do seu currículo, quais a razões porque foi excluído da CDU?!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Mais de 200 mil na Manifestação Nacional



No top 10... da pobreza

No top 10... da pobreza

Em vésperas da cimeira informal de chefes de Estado e de governo que, hoje e amanhã (18 e 19 de Outubro), vai debater em Lisboa um documento que dá pelo nome de Vision Paper – o que traduzido à letra dá qualquer coisa como «Papel Visionário» –, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou um relatório onde se afirma que Portugal está no rol dos dez países com uma taxa de pobreza superior à média europeia.
Em vésperas da aprovação do Vision Paper, onde se afirma que «a Estratégia de Lisboa para o crescimento e o emprego (...) permitirá criar a riqueza necessária para concretizar na prática valores essenciais da Europa de inclusão social e de solidariedade europeia e internacional», os dados do INE vêm atestar que Portugal é o país da União Europeia onde é maior o fosso entre ricos e pobres.
Em vésperas de mais uma encenação sobre o radioso futuro da UE, o INE veio revelar que o rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos é quase sete vezes superior ao rendimento dos dois milhões de portugueses mais pobres, e que há dois milhões de portugueses no limiar da pobreza, ou seja, a (sobre)viver com cerca de 12 euros por dia. Esta situação, revela ainda o relatório, traduz uma tendência que se arrasta há mais de 10 anos, mais propriamente desde 1996, apesar de todos os anos os governantes dizerem ao País, como mais uma vez se afirma no Vision Paper, que os seus objectivos políticos visam melhorar as condições de vida dos cidadãos, lutar contra a pobreza, criar empregos e levar a cabo reformas económicas de forma sustentada.
No dia em que o INE veio revelar que 32% da população activa entre os 16 e os 64 anos seria pobre se não dispusesse de apoios do Estado, nesse dia, o primeiro-ministro Sócrates não veio a público falar de rankings como fez a semana passada a propósito das notícias sobre o «governo electrónico», que colocam Portugal em 3.º lugar quanto a «disponibilidade dos serviços públicos on-line» e em 4.º lugar quanto à «sofisticação desses serviços». Terá sido porque a sopa dos pobres ainda não está disponível na Internet?

domingo, 7 de outubro de 2007

sábado, 6 de outubro de 2007

“Analisar, Planear e Projectar!" MAL...!

(Clique para aumentar; "O Mirante" 04.10.07)

Após ler esta notícia, ocorrem-me as seguintes questões:

1) De que valores, estamos a falar, relativamente ás “discrepâncias nas medições”? Um milhão de Euros? Mais? Menos?

2) Quem vai suportar os prejuízos? A Câmara? Ou o Projectista? Ou …

3) Quem é a empresa projectista?

4) Porque é que estão a surgir tantos erros e discrepâncias? Que levam à suspensão de obras. Quem vai ser o “bode de espiatório”, desta vez?
Foi a Central de Camionagem Suspensa há meses e agora o Observatório do Sobreiro e da Cortiça.

É a isto que se chama “Analisar, Planear e Projectar!”

Parabéns aos Bombeiros Municipais pelo 79º Aniversário

É curioso, que nos discursos proferidos, ontem, na cerimónia de aniversário dos Bombeiros Municipais de Coruche, quer o Presidente da Câmara quer o Comandante não tenham feito qualquer referência à construção do novo quartel!
Já que Outubro de 2006, o próprio comandante afirmava em entrevista a um jornal regional

“temos projecto concluído e definido o terreno, falta agora fazer a ponte entre a autarquia e o governo central para a entrada em Programa de Investimentos e Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC)”

Pelos vistos, o Presidente da Câmara ainda não fez a ponte com o governo, não será preferível chamar o Eng. Joaquim Serrão para fazer a ponte? Já que tem experiência, pois construiu uma frente ao “Mira-rio”, lembram-se?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Efeméride (3)

4 de Outubro de 1957
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Lançamento do primeiro satélite artificial terrestre - o Sputnik-1 - lançado pela União Soviética. Com um peso de 90 quilos, enviará um sinal rádio durante 21 dias.


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Não olham a meios para atingir os seus fins

Se dúvidas há, sobre a natureza e os objectivos de “o jornal de Coruche”, elas ficam dissipadas ao ler o que o dirigente do CDS-PP Miguel Matos Chaves escreve na edição de ontem (Nº18) do reles pasquim, que número após número acolhe artigos de energúmenos como o supra citado, que vão debitando o seu anticomunismo primário, para compensar as suas frustrações e outros complexos.
Vejamos algumas das afirmações contidas no artigo intitulado “As mentiras dos dirigentes comunistas” (A propósito da moção apresentada na Assembleia de Freguesia do Couço) da autoria do já citado hebefrénico.

“Em Portugal, pós-25 de Abril, os Dirigentes Comunistas comandaram roubos e assaltos a propriedades, a casas particulares de todos os que se lhes poderiam opor.”

“Não é de admirar que, nos países ocidentais e claro está, em Portugal (na década de 1930), tivesse havido movimentos de reacção a esta barbárie dos Dirigentes Comunistas.”

“E vêm agora os Dirigentes Comunistas de Coruche em geral, e do Couço em particular, dizer que a PVDE (Policia de Vigilância e Defesa do Estado), criada em 1933 para os combater, não deveria ter existido e não os devia ter perseguido e neutralizado?”


“À sua selvajaria e barbárie, Portugal, bem como todos os outros países ocidentais, só podia responder pela força. E a criação desta força policial em Portugal (a exemplo do que aconteceu nos restantes países ocidentais), era exactamente, e foi criada para isso: para evitar que tomassem o poder em Portugal.”

“Tomaram vocês, dirigentes comunistas, terem tido nas vossas hostes sua Excelência o Major Luís Alberto de Oliveira que muito fez pela sua terra e muito honrou Coruche. Mas ele não gostava de vocês! E isso é que não lhe perdoam.”


E é com este pasquim, que publica artigos com este conteúdo, que a Câmara Municipal de Coruche e o seu Presidente estabelecem parcerias!
Até quando vamos permitir que esta gente continue a ofender e aviltar Coruche e a sua Gente?!

60 Dias depois…

Em relação aos Posts:

Afinal, o autor foi o aleivoso director,
sessenta dias depois…
(“o jornal de Coruche”, pág.2 – canto inferior direito)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mais uma ”Biqueirada” do Redactor Principal

“O Jornal de Coruche”/Outubro07

Plantação de Droga em Coruche
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"Foi detido pela GNR de Coruche um indivíduo que tinha uma plantação de droga cannabis. O juiz do tribunal de Coruche decretou-lhe a pena de coacção de prisão preventiva.
As forças de segurança prenderam o homem de 40 anos num terreno junto à sua casa, onde plantava as plantas de droga com cerca de 37 quilos.”

O Catatónico director

O Catatónico director, voltou à carga, cada vez mais nervoso por não ver concretizada a reposição do busto do seu querido major.
No editorial do “o jornal de Coruche”, hoje colocado à venda afirma o seguinte:

“apesar das tentativas do Sr. Presidente da Câmara para tentar levar à discussão da Assembleia Municipal a reposição do busto que resulta de uma petição apresentada à CMC com mais de 1300 assinaturas, o inexplicável acontece com a recusa sistemática da Presidente da Assembleia Municipal em aceitar para discussão o tema,”

1ª questão a esclarecer, se a petição como afirma é dirigida à CMC porque é que tem de ser a Assembleia Municipal a responder?

2ª questão a esclarecer, as 1300 assinaturas da dita petição são de residentes no concelho? São de eleitores do concelho? São de cidadãos portugueses?

Estas interrogações surgem após ter recebido um e-mail alertando para “a vigarice” que é a petição para a reposição do busto do ministro de Salazar, tão querido do Catatónico director.
Segundo o mail recebido, entre as 1313 assinaturas, há de tudo, simples rabiscos, nomes sem o correspondente número do BI, folhas inteiras com nomes remetidos por fax de Lisboa (217937193 / 217939942), rubricas ilegíveis e até nomes de supostas pessoas que ninguém conhece no concelho e provavelmente nem existem.
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Alguns exemplos:
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Amade Kará
Manor Natvarlal
Pritesh Manilal
Samir Martins Kará
Rogério C. Ramos Peixoto Guimarães
Miguel Camelo
Filipe Tiago de Melo S. Lobo D´avila

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A ser verdade o que me foi comunicado, estamos perante uma vigarice monumental!

A Frase das Terças (7)

“Alguns sonham que são eles que fazem a História. E depois há a vida, que ouve outra história.”
W.R.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

DESAFIO

DESAFIO AOS LEITORES DO ENTRE LINHAS ENTRE GENTE

Sabe, quantas inaugurações, festas, festinhas e festarolas a Câmara Municipal de Coruche promoveu nos últimos três meses?



As três primeiras respostas certas receberão os seguintes prémios:

1º Prémio: Um Certificado Municipal comprovativo de portador dos genes “Orgulho Coruchense”, entregue pelo Presidente da Câmara no final da próxima conferência sobre a "questão de Olivença".

2º Prémio: Um Curso de 72 horas de “dicção e oratória” ministrado em horário pós-laboral pelo Redactor Principal.

3º Prémio: Um exemplar autografado pelo Presidente da Câmara e pelo director do grande sucesso editorial do “J.C.” “Crónicas da Nação”.

domingo, 30 de setembro de 2007

ENTRE_SONS (6)

Jacques Brel - "Le moribond"

sábado, 29 de setembro de 2007

Porque será?

Porque será, que o jornal “O Mirante” ainda não noticiou, que a proposta do Presidente da Câmara Municipal de Coruche relativa à taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis – IMI – foi reprovada na Assembleia Municipal em 14/09/07 ??!!


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

ELES, aí estão de novo!

O director “entrevistado” pelo redactor principal anunciou para o dia 13 de Outubro mais uma iniciativa do jornal de Coruche, desta vez uma conferência em que é convidada Zita Seabra e a moderação, mais uma vez fica a cargo do Director e do Presidente da Câmara.
Esta conferência vai certamente ser um êxito como foram as anteriores iniciativas do jornal de Coruche que como sabemos trata sempre temas interessantes para o concelho e que muito dizem aos coruchenses – a questão de Olivença, a condição militar e agora o livro da Zita Seabra, não esquecendo o último sucesso do jornal de Coruche com o lançamento (numa cerimónia muito concorrida!) de 400 páginas de puro prazer, “Crónicas da Nação” esgotado nas principais livrarias do país e que forra as bibliotecas dos militantes do PNR e de qualquer neonazi que se preze.

O que é preocupante, é o Presidente da Câmara Municipal de Coruche eleito pelo partido socialista, com um cargo institucional que deveria dignificar, sendo aparentemente culto e informado surja em parceria com esta gente, basta ouvir as afirmações do director hoje proferidas na RVS para ter uma ideia de quais são os seus objectivos.
Ao Presidente da Câmara, o que se exige é sensatez e distanciamento deste tipo de iniciativas, ainda está tempo!
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Estas foram as declarações proferidas na RVS, 13h de Hoje pelo director:
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“É verdade no seguimento das iniciativas culturais e de esclarecimento da população que o jornal de Coruche tem vindo a fazer.
Desta vez com a presença da Dr. Zita Seabra em Coruche. Dr. Zita Seabra foi uma militante comunista de base muito próxima, braço direito de Álvaro Cunhal! Que enfim viu atrocidades do regime comunista percebeu o seu erro e que rapidamente mudou de direcção e fez este livro para esclarecer as pessoas sobre o que é o comunismo e o que foi e os riscos do comunismo em Portugal.
Penso que é uma personalidade ímpar e penso que é de todo o interesse, todas as pessoas de todos os quadrantes políticos venham assistir e venham ouvir e participar. Nesta conferência que acima de todo é um encontro com a história é esclarecedora e fala de muitas verdades que são escamoteadas e escondidas pelo Partido Comunista.”
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“ A Dr. Zita Seabra é uma mulher corajosa é uma mulher que evoluiu o seu pensamento e que acima de tudo presa a verdade, os direitos humanos e portanto a Dr. Zita Seabra tem todo o gosto em vir a Coruche onde já há muito poucos comunistas e elucidar as pessoas eu acho que aqui as pessoas, uma coisa são os dirigentes comunistas outra coisa são, o povo que quer o melhor muitas vezes o povo ouve aquilo que lhe é dito pelos dirigentes e pensa até que tem um bom fundo de verdade e que as coisas são no sentido positivo. A verdade não é bem assim todos os regimes comunistas no mundo têm sido regime totalitários e criminosos e a Dr. Zita Seabra vem fazer a Coruche é falar sobre isto, apresentar o seu livro onde testemunha na primeira pessoa todos estes factos e
é uma iniciativa integrada na semana da Gastronomia nas Jornadas de Gastronomia de Coruche apoiada pela Câmara Municipal de Coruche e portanto todas as pessoas devem estar presentes e aprender com ela e ouvir na primeira pessoa aquilo que ela tem para nos dizer que está escrito no seu livro portanto é Coruche é uma terra de gente boa e vão receber muito bem com toda a certeza.”

E em Portugal?

Falando na Região Autónoma da Madeira, onde se deslocou para participar no Conselho Informal dos Ministros do Desenvolvimento da União Europeia na qualidade de Enviado Especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose, o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, declarou que «não é possível levar por diante este combate à tuberculose nos países em desenvolvimento sem termos um reforço muito grande dos trabalhadores de Saúde, englobando, nestes, técnicos, enfermeiros e médicos, que têm como função levar à prática todos os mecanismos de prevenção, combate e seguimento dos doentes».
E para que não restassem dúvidas, após assinalar que «há um défice de quatro milhões de trabalhadores dos serviços de Saúde em todo o mundo», Sampaio acrescentou que «sem o reforço dos serviços de Saúde à escala mundial é muito difícil, pois mesmo que tenhamos as políticas correctas, não temos maneira de as implementar».
Acontece que o actual Governo de José Sócrates, dito «socialista», esteve também presente neste Conselho Informal e não pôde deixar de ouvir o ex-Presidente da República e seu correligionário de sempre. Todavia, não tugiu nem mugiu sobre o caso, ao contrário do que tem usado sempre que da Madeira sopra alguma alarvidade – o que, como se sabe, é sempre corriqueiro sob os desmandos de Jardim.
Não. Nesta matéria, o Governo de José Sócrates, por interposto comissário Correia de Campos, prefere prosseguir com método e afinco o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A ofensiva é generalizada e abrange tudo o que diz respeito ao sistema do SNS: tanto atinge os profissionais de todas as categorias, como as valências e as próprias instalações.
Em relação aos profissionais, que se dividem essencialmente em médicos e enfermeiros, o ataque centra-se presentemente nestes últimos, designadamente através do já famoso decreto-lei 276-A, que entrou em vigor em 1 de Agosto último impondo a caducidade dos contratos a prazo actuais logo que cheguem ao seu termo, e determinando novas regras que, na prática, se traduzirão pelo despedimento de milhares de enfermeiros, entretanto já a trabalhar há largos anos no SNS com contratos a prazo sucessivamente prorrogados, mas que agora deixarão de o ser. Isto quando desde 1997 que não há admissões de efectivos no sector, o que dá a Portugal o mais baixo rácio de enfermeiro por habitante na União Europeia. Quanto aos médicos, continua a sangria de quadros altamente especializados para o sector privado a troco de melhores salários que, entretanto, o ministério da Saúde deliberadamente não paga nos hospitais públicos, enquanto afunila e dificulta as carreiras de todos os clínicos. Está bem de ver onde isto conduz, a prazo.
Em relação às valências, exemplifique-se com o que está a acontecer na de Psicologia: no Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda, em Lisboa, num quadro de 20 psicólogos apenas dois estão efectivos e sete foram recentemente «dispensados» pela administração, no Garcia de Orta, em Almada, a equipa de psicólogos foi linearmente extinta e o Santa Maria, em Lisboa, não recebeu este ano estagiários.
Quanto às instalações, basta recordar o encerramento sistemático e generalizado de Centros de Saúde, Postos Médicos e Maternidades.
Entretanto, toda esta meticulosa desarticulação do SNS vem sempre acompanhada de desavergonhadas garantias de que é tudo «para melhorar os serviços», embora já não haja ninguém, neste País, que possa acreditar em tão despudorados demagogos. Que responde José Sócrates à afirmação de Jorge Sampaio de que é indispensável «um reforço muito grande dos trabalhadores da Saúde»?
E que diz o Enviado da ONU, Jorge Sampaio, à transição da Saúde para um modelo de Terceiro Mundo, operada em Portugal por José Sócrates?
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terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Frase das Terças (6)

"Combustíveis até são baratos se contarmos com descontos"
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(Presidente da Galp)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ele não pode estar bem!

Depois de levar à Assembleia Municipal os estatutos da Retecork – Rede Europeia de Territórios Corticeiros, em língua espanhola. Surpreende-nos agora, a meio do mandato (fora de si!) a pedir o reforço da maioria absoluta na câmara e a maioria absoluta na Assembleia Municipal. (já estamos em campanha eleitoral? Cá para mim ficou foi agastado, por ver a Assembleia Municipal chumbar a sua proposta do IMI)
E agora até deu para “ralhar” com os membros da oposição porque estes não vão às inaugurações que sua excelência patrocina.
Ele não pode estar bem!
Esta perturbação deve decorrer do facto de algumas obras estarem a correr mal, já não bastava a auditoria e a multa do Tribunal de Contas na obra do Rossio, a suspensão da obra da central de camionagem e agora também a suspensão da obra do Observatório da Cortiça (Será por culpa dos Técnicos?)
Sem esquecer a sua cruzada pela reposição do busto! do ministro de salazar.
Ele não pode estar bem!

Efeméride (2)

24 de Setembro de 1976
Começa a primeira Festa do Avante!, na FIL em Lisboa.

Fonte: PCP

ENTRE_SONS (5)

Betagarri (País Basco) - "Grandola"
(Festa do Avante! 2004)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O MEC foi à Festa do Avante!

Miguel Esteves Cardoso
Sábado 13.09.2007
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" As Festas do Avante!, por muito que custe aos anticomunistas reconhecê-lo, são magníficas."
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"É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante! é automático."
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"Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideologicamente estrangeirada. Na Verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista."
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"Sem a orientação nem financiamento de Moscovo, o PCP deveria ser também fenecido e finado. Mas não: ei-lo. Grande chatice."
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"Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam."
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"Se a Festa do Avante! dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê."
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"Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que apenas assistem familiares e transeuntes, a Festa do Avante! enche-se de entusiásticos pagadores de bilhete."
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"E porquê?! Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre "nós", dirigentes, e "eles", militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas."
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"Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a-dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas."
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"Na Festa do Avante! não se vêem comunistas desiludidos e frustrados. Nem tão-pouco delirantemente esperançosos. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles."
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"Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante!: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve."

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Los estatutos, hombre!

- LOS ESTATUTOS, HOMBRE!

"A adesão efectiva da Câmara de Coruche à Retecork - Rede Europeia de Territórios Corticeiros foi retirada da ordem de trabalhos da assembleia municipal realizada sexta-feira, quando foi iniciada a discussão. Tudo porque os vogais da CDU e PSD se recusaram a aprovar a adesão àquela associação com estatutos que foram presentes à assembleia em... CASTELHANO."
(O Mirante 20.09.07)

Palavras para quê?

Palavras para quê?
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Nas vésperas da Festa, um (ou uma) jornalista da Lusa, decidiu, sabe-se bem porquê, entrar na onda de anticomunismo estúpido na qual surfavam, estupidamente deliciados, os seus colegas de serviço ao PCP nos média dominantes. Aí, há-de ter-se-lhe colocado a questão da novidade, isto é, de não se limitar a repetir o que os colegas - gastos de imaginação, velhinhos, caquéticos, senis - não se cansavam de bolsar todos os dias.
Foi à Revista da Festa, leu, leu (parto do princípio de que o, ou a, jornalista em questão sabe ler); reflectiu, reflectiu (suponho que ao, ou à, jornalista em causa, acontece, de quando em quando, reflectir) - e, nada, zero, nicles, népia. Que ferro!
Às tantas – já o cheiro a meninges queimadas chegava ao Colombo – tomou a corajosa decisão de criar uma notícia. E criou. Assim: pegou no editorial da Revista, tresleu-o, rasgou-o, deitou-o fora e, num fulgurante rasgo de profissionalismo, informou, com foguetes, que o editorialista havia chamado «fascista» ao primeiro-ministro.
Aí estava, enfim, vivinha a saltar, a novidade desejada!, o ansiado furo! E tamanha foi a euforia que nem sequer pensou (presumindo-se que, às vezes, pensa) que qualquer leitor medianamente inteligente, confrontando a novidade com o editorial da Revista, constataria estar perante uma grosseira manipulação, uma reles invencionice, uma trapacice rasca.
Foi então que, inspirado na novidade da Lusa, e captando-lhe a essência, um colega do DN – tão useiro e vezeiro nestas andanças do anti-pêcêpê-ismo-militante que dele pode dizer-se ser mais isso do que jornalista propriamente dito - disparou um texto intitulado «Eles já chamam “fascista” a Sócrates» - isto, sem ter lido o editorial (ou tendo-o lido à sua maneira). Assim divulgada, a novidade espalhou-se como escalracho, feita verdade por muito repetida - como ensinou Goebbels e estes, digamos assim, jornalistas praticam. A novidade foi agarrada desde logo pelas mãos sôfregas de um blogueiro e de um bloqueiro: o primeiro, a tempo inteiro ao serviço de Sócrates; o segundo também ex-PCP. Nenhum deles leu o editorial. Ambos divulgaram a consabida falsidade.
Palavras para quê?: é o anticomunismo primário em acção.
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quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A partir de hoje no Panteão

Aquilino Ribeiro
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– Nesta aldeia miserável (...) que décadas de era nova tornaram mais pobre, mais fanática, mais desoladora, hei-de criar uma escola de Artes e Ofícios. Uma escola para lavrantes de pedra. (...)
– Os rapazes e a mais gente válida desertaram. Para quem há-de ser tal escola?
– Está sempre gente a nascer...
– Parece que nem presta a miudagem que aí medra, pernas de guita, só ranho, peitinho para dentro...
– Hei-de oferecer lactário... hospital...
– Bem é preciso. Anda tudo achacado, de espinhela caída...
– Hei-de fazer cantina, onde se dê comer às crianças...
– Venha ela, que nunca se viram mais famintos.
– Hei-de pôr telefone, luz eléctrica...
– Para quê, meu filho, para se verem melhor os nossos piolhos e farrapos?!
– Deixe, pai, que eu hei-de resgatar a terrinha em que nascemos. _
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_Aquilino Ribeiro, Quando Os Lobos Uivam.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A Frase das Terças (5)

“a III Bienal, vem na sequência das outras duas.”
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(Conferência de Imprensa, Arquitecto Carlos Janeiro, comissário da Bienal de Coruche/17.09.07)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A Santa Aliança

FOTO da cerimónia de lançamento do grande "sucesso" editorial do jornal de Coruche «Crónicas da Nação» "apadrinhado" por: (da esquerda para a direita) Rev. Padre Elias Serrano, Rev. Padre Vítor Melícias, Rev. Padre Diamantino PERDÃO! Doutor Diamantino Diogo, Doutor Dionísio Mendes (Presidente da Câmara de Coruche) e Doutor Abel Matos Santos, assistente de saúde especialista do serviço de psiquiatria do Hospital de Santa Maria, Lisboa, Mestre em psicologia da saúde, fundador do “Movimento por uma Lisboa melhor”, primeiro subscritor da petição de cidadãos que visa repor a estátua do “querido major Luís Alberto de Oliveira” e finalmente, porventura o cargo mais importante, director de “o jornal de Coruche”. – “primeiro órgão de imprensa de Portugal a tornar-se parceiro da rádio ONU e o segundo a nível nacional de todos os órgãos de comunicação social, depois da RDP – Radiodifusão Portuguesa.”

domingo, 16 de setembro de 2007

ENTRE_SONS (4)

Gabriel, O Pensador - "Racismo É Burrice"

sábado, 15 de setembro de 2007

Só num país SOCRÁTICO! (8)

Polícia brasileira investiga ligações entre o PS e "máfia dos bingos". (Público.15.09-07)

Solidariedade sem fronteiras

150 portugueses operados em Cuba.
Doentes encontraram solução para anos de espera do outro lado do oceano.

Cento e cinquenta portugueses, a maioria com cataratas, estão a ser operados em Cuba. São doentes que passaram vários anos em lista de espera, praticamente cegos, e que só resolveram o problema do outro lado do mundo. Em Portugal ninguém chamava estes doentes para a operação. A viagem e os tratamentos estão a ser financiados pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António.
A maioria destes doentes estavam há mais de cinco anos á espera para uma simples consulta ou exame, como muitos afirmaram à chegada ao Aeroporto da Portela. «Esperei cinco anos para me chamarem e não chamaram. Não via nada», declarou Rosa Maria, uma das pacientes. Outro doente, Carlos Bonança, estava há «14 ou 15 anos» sem ver nada de um dos olhos. Recuperou agora a visão, depois da intervenção em Cuba.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, declarou que esta intervenção da autarquia vem do desejo de aumentar a qualidade de vida destas pessoas. «Há muita gente com cegueira que pode ser tratada. Pessoas já com alguma idade, que é fundamental que tenham grande qualidade de vida. É isso que o Município quer assegurar, sobretudo a quem não tem possibilidades de aceder a iniciativa privada», declarou o autarca.
A maioria destes doentes conseguiu resolver o problema. Mas houve também quem não tivesse tanta sorte. José Romão esteve «cinco anos à espera» de um exame. Quando chegou a Cuba, diagnosticaram-lhe uma retinopatia, que, anos depois, já não tem cura. «É de lamentar e é triste e é vergonhoso dizer, como os próprios médicos disseram em Cuba, que hoje em dia tirar uma catarata é como tirar um dente. E há pessoas que levam cinco anos para tirar uma catarata neste país», declarou.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O CAMPONÊS

O CAMPONÊS

Com a enxada ou enxadão,
faça Sol ou faça chuva
este nosso grande amigo
faz a terra dar o trigo
e faz a cepa dar uva.

Por isso p`ró camponês
deve ir o nosso carinho
e a nossa grande afeição.
Do camponês vem o vinho,
do camponês vem o pão.

Onde vires um camponês
considera-o teu amigo.
Com enxada ou enxadão
o camponês cava o chão
faz a terra dar trigo.

Francisco Miguel

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

De vermelho, naturalmente

Seis anos depois dos terríveis atentados que enlutaram o povo norte-americano e abalaram as expectativas de todos os povos do mundo num futuro de paz e solidariedade, o balanço dos resultados da política da Casa Branca pode ser expresso em duas palavras: destruição e morte.
Num momento em que Bush regista os mais baixos índices de popularidade de sempre, tanto dentro como fora dos EUA, e quando praticamente já só é citado para a reprodução das suas monumentais gaffes, não há manipulação que chegue para dourar a amarga pílula da realidade: o mundo está mais perigoso, mais desequilibrado, mais injusto. As desigualdades foram agravadas, as condições de trabalho e de vida de grande parte da população mundial estão a ser niveladas por baixo (de tal forma que se registam já retrocessos civilizacionais), as liberdades estão cada vez mais condicionadas, a corrida aos armamentos voltou à ordem do dia. Os países e povos que ousam desafiar a ordem internacional imposta pelo imperialismo norte-americano estão sob ameaça. Os recursos do planeta estão a saque.
Não é por acaso – nem só pela piada – que o «best of» dos piores momentos de Bush, a circular na Internet, batem todos os recordes de audiência, como é o caso da compilação disponível no YouTube sob o título «Será Bush um idiota?», com cerca de um milhão e meio de entradas, ou um outro, no mesmo endereço e também com o presidente norte-americano como tema, que já foi visto por cerca de dois milhões de pessoas.
Também não terá sido por acaso que, na véspera da comparência do comandante das forças dos EUA no Iraque, general David Petraeus, perante o Congresso, foi divulgada uma sondagem realizada pelo USA Today/Gallup em que 60% dos inquiridos querem fixar a data para a retirada das tropas daquele país. Outra sondagem (New York Times/CBS), revela que apenas 5% dos norte-americanos ainda acreditam que Bush irá ganhar a guerra. E uma outra, levada a cabo no Iraque pela BBC/ABC, dá conta que 85 % dos iraquianos têm pouca ou nenhuma confiança nas tropas americanas ou britânicas, enquanto entre 67 e 70 % consideram que o aumento das tropas pela administração Bush só piorou a situação.
Se a tudo isto se acrescentar que a «boa nova» levada ao Congresso pelo general Petraeus foi que é possível retirar cerca de 30 mil soldados do Iraque até meados de 2008, o que significa voltar ao nível de ocupação de 2006, ou seja, a manutenção no terreno de cerca de 130 mil soldados americanos, compreende-se que nas galerias se tenha ouvido repetidamente gritos de «tragam as tropas de volta para casa!». Por três vezes, o presidente da Comissão das Forças Armadas, o democrata Ike Skelton, ordenou aos seguranças que retirassem da sala as mulheres de vermelho que gritavam slogans contra a guerra. Para o bom andamento dos trabalhos, não para a paz das consciências.
É que nos EUA, como no resto do mundo, a História não acabou e a luta continua, e continua a vestir-se de vermelho. Naturalmente.
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A Festa do Avante! é feita de muitos Jovens!

(Festa do Avante 2007; FOTO:E.L.E.G./Pedro Barreirinhas)
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DIREITOS E LIBERDADES
EXERCÊ-LOS É DEFENDÊ-LOS

(Festa do Avante 2007; FOTO:E.L.E.G./Pedro Barreirinhas)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A Festa do Avante! é feita de muitas músicas,

das mais populares às mais vanguardistas.
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Blasted Mechanism com António Chaínho
(Festa do Avante 2007; FOTO:E.L.E.G./Pedro Barreirinhas)


terça-feira, 11 de setembro de 2007

A Frase das Terças (4)

"os nossos amigos estão aqui connosco, e nós com eles; os nossos inimigos estão do outro lado disto tudo, do outro lado da solidariedade fraterna, da paz e da justiça, nos antípodas da sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração pela qual lutamos e que havemos de conquistar.
A esses combatê-los-emos sempre, em todas as circunstâncias."

(Extracto da intervenção de José Casanova na Festa do Avante/07)

«Abril e o socialismo serão o nosso projecto e horizonte.»

(Festa do Avante 2007; FOTO:E.L.E.G./Pedro Barreirinhas)

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E CADA VEZ SOMOS MAIS


E CADA VEZ SOMOS MAIS

Pela espora da opressão
pela carne maltratada
mantendo no coração
a esperança conquistada.

Por tanta sede de pão
que a água ficou vidrada
nos nossos olhos que estão
virados à madrugada.

Por sermos nós o Partido
Comunista e Português
por isso é que faz sentido
sermos mais de cada vez
Por estarmos sempre onde está
o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.

Pela certeza que dá
o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.

Por sermos nós a cantar
e a lutar em português
é que podemos gritar:
Somos mais de cada vez.

Por nós trazemos a boca
colada aos lábios do trigo
e por nunca acharmos pouca
a grande palavra amigo
é que a coragem nos toca
mesmo no auge do perigo
até que a voz fique rouca
e destrua o inimigo.

Por sermos nós a diferença
que torna os homens iguais
é que não há quem nos vença
cada vez seremos mais.

Por sermos nós a entrega
a mão que aperta outra mão
a ternura que nos chega
para parir um irmão.

Por sermos nós quem renega
o horror da solidão
por sermos nós quem se apega
ao suor do nosso chão
por sermos nós quem não cega
e vê mais clara a razão
é que somos o Partido
Comunista e Português
aonde só faz sentido
sermos mais de cada vez.

Quantos somos? Como somos?
novos e velhos: iguais.

Sendo o que nós sempre fomos
seremos cada vez mais!

Ary dos Santos

ENTRE_SONS (3)

Sons da Fala - "Venham Mais Cinco"
Sérgio Godinho (Portugal); Vitorino Salomé (Portugal);Tito Paris (Cabo Verde); Janita Salomé (Portugal); Luanda Cozetti (Brasil); Juka (São Tomé e Príncipe); André Cabaço (Moçambique) Guto Pires (Guiné Bissau); Don Kikas (Angola).

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Ilustres Coruchenses!

Quero agradecer ao director do jornal de Coruche, o facto de me (nos) ter dado a possibilidade de conhecer, coruchenses notáveis que mês após mês, sem desfalecimento nas páginas do J.C. nos dão autênticos banhos de cultura, lições de História e de Cidadania, crónicas espantosas de tauromaquia e belos textos que nos motivam para reconquistar Olivença. Não se poupando a maiores sacrifícios para nos ajudar a todos a manter vivo o “orgulho coruchense”, bem hajam por isso. Pena é, que só agora tenham surgido, o que nós temos perdido.
Mas como diz o Povo “mais vale tarde que nunca”.
Certamente tão ilustres coruchenses andaram por esse mundo fora a educar e ajudar outras comunidades lusas porventura desencaminhadas por ateus e comunas. E só agora, têm disponibilidade para ajudar a terra que os viu nascer, e bem nascidos que eles são.
Aqui ficam os seus nomes, porque não é justo, que tão ilustres e abnegados coruchenses permaneçam no anonimato, sugiro até que o Dr. Dionísio Mendes, deve homenagear cada um destes bons coruchenses, mandando-lhe erigir um busto na praça da liberdade:
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- Vitório Rosado Cardoso
- Teófilo da Cruz Nunes
- Euclides Cavaco
- Rui Corrêa de Oliveira
- Rodolfo Begonha
- Miguel Matos Chaves
- João Sobral Barros
- José M. Freire da Silva
- Miguel Freitas Costa
- Telma Leal Caixeirinho
- João José Brandão Ferreira
- Hélio Bernardo Lopes
- José Pinto Coelho
- Vasco Manuel Mantas
- Samuel Pombo
- César das Neves
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Peço antecipadamente desculpas se não citei todos, mas é da emoção que me turva a memória pois só pelo facto de citar os nomes destes famosos coruchenses (que até vêem as suas crónicas publicadas em livro, cujo o lançamento foi apadrinhado pelo Presidente da Câmara Municipal e que pode ser adquirido nas principais livrarias do país) fico em êxtase.
O que seria de nós, simples mortais sem os seus escritos, sobre Macau, sobre o nosso Major, sobre Olivença e a batalha de Aljubarrota. E o prazer que é poder ler as crónicas sobre “o passeio no rio Yangtse, na China” ou as ditas sobre “Portugal visto pelos Portugueses do oriente”.
Não falando das dissertações sobre “as teorias do poder marítimo”, etc., etc.,etc…
Caros Coruchenses, é usufruir enquanto é tempo, pois e citando o nosso jovem director, com o jornal de Coruche e com colaboradores coruchenses desta qualidade “abriu-se um espaço de frescura, transparência e seriedade que Coruche deve aproveitar, este jornal está ao serviço de Coruche e das suas gentes, bem como da pátria que nos acolhe”.
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P.S.: se Salazar não tivesse caído da cadeira onde não chegaria este Jovem director? (Ministro da Guerra?)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

A Frase das Terças (3)

“a solução do problema talvez passe, se for possível, por alterar a natureza jurídica do negócio. Mas, tudo está dependente da reunião com o director das finanças em Santarém e depois com o Presidente da Câmara"

(Joaquim Capricho, dirigente de "O Coruchense" in Jornal "Mais Região" Julho2007, a propósito da crise do Coruchense originada pela doação do terreno do Montinho do Brito à Câmara Municipal de Coruche, que provocou a divida às finanças, que está a “matar” o clube)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Zack disse...

O Comentário que merece ser "POST"
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Isto faz me lembrar muito os Gato Fedorentos:
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- Eles andam a dizer que sou eu o autor. (R.P.)
- Não ligues, é bom ser autor. (D.)
- Mas tu é que és o autor. (R.P.)
- Não tu é que és o autor! (D.)
- Tu é que és! (R.P.)
- Mau, eu é que mando tu é que és o autor e ponto final! (D.)
- Porra, mas foste tu que escreveste! Não é justo! (R.P.)
- Deixa te disso, tu és o autor e prontos. (D.)
- Fogo, tu é que és. (R.P.)
- Vá, és o autor, isso depois passa. (D.)
- Não passa nada. (R.P.)
- Passa sim. (D.)
- Não passa! (R.P.)
- PASSA! (D.)
- Fogo. (R.P.)
- CALA-TE! (D.)
- pode não ser ninguém? (R.P.)
- Pode. (D.)
- Fixe, Obrigado. (R.P.)
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ENTRE_SONS (2)

The Dave Brubeck Quartet - "Take Five"
Dave Brubeck, Paul Desmond, Joe Morello and Gene Wright
(1961)

domingo, 2 de setembro de 2007

Mais uma Patacoada de “O Jornal de Coruche”

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“a sociedade civil funciona, desde que devidamente apoiada e despolitizada”
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Esta frase não foi proferida por Salazar em 1933 (mas podia ter sido!). O seu autor é o director do J.C. que faz esta afirmação no Editorial, Set.07.
Terá sido por este tipo de dislates e outros parecidos, que o "Movimento por uma Lisboa melhor" do qual o jovem director foi membro fundador, “mais outros rapazes” do CDS-PP em Lisboa, teve o sucesso que teve.

O redactor principal que é “leal”, faltou ao principal.

Fiquei a aguardar que na última edição do J.C. viesse o esclarecimento, relativo à paternidade da notícia inserida no post: “O redactor principal.”.
Tal qual me tinha sido prometido via email:
__________________________
Assunto: ESCLARECIMENTO
De: geral (geral@radiosorraia.com)
Enviada: sexta-feira, 10 de Agosto de 2007 16:06:48
Para: pedrobarreirinhas@hotmail.com


Caro Pedro Barreirinhas,
Com os melhores cumprimentos, serve o presente para esclarecer um post colocado no seu blog com o título : "O Redactor principal"
Devo informar que não sou o autor e responsável dessa noticia e deve-se a lapso na base de dados do Jornal na redacção em Lisboa onde por engano colocaram o meu nome nesse artigo. Apenas nesta edição de Agosto do Jornal tenho duas noticias/entrevistas com o Juíz da Irmandade de Nª Sª do Castelo e com o presidente da Comissão da Comissão de Festas de Coruche. Fui alertado por telefone para esse seu post e espero que a verdade seja reposta. Agradeço que este meu mail, apenas sirva para o esclarecer e que não seja publicado.
João Louro
_________________________
Assunto: ESCLARECIMENTO
De: geral (geral@radiosorraia.com)
Enviada: sexta-feira, 10 de Agosto de 2007 16:39:25
Para: pedrobarreirinhas@hotmail.com


Caro Pedro Barreirinhas,
No seguimento do meu 1º Mail, devo informá-lo que na próxima edição do Jornal será reposta a verdade dos factos, face ao lapso que referi no meu 1º Mail.
João Louro
_________________________
Assunto: Post no seu Blog‏
De: geral (geral@radiosorraia.com)
Enviada: sexta-feira, 10 de Agosto de 2007 18:34:42
Para: pedrobarreirinhas@hotmail.com


Caro Pedro Barreirinhas
Em minha opinião, penso que, se quiser esclarecer toda esta situação com seriedade, deveria contactar por mail o director, cujo mail está destacado no Jornal que adquiriu. Agora colocar no seu blog o título : O redactor principal (sacode a água do capote) penso que é no minimo de muito mau gosto. Dirigi-me respeitosamente e esclareci a situação. Se quiser continuar com polémicas, não irei alimentar as mesmas. Na próxima edição do jornal, ficará a saber quem assinou o texto ou noticia.
João Louro
________________________

Na ausência do esclarecimento prometido sou obrigado a concluir, que redactor e director, quando “apertados” fogem “como o diabo foge da cruz”. É só bazófia, proferem disparates que não assumem.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Silêncios…

Silêncios…
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Sobre o tema que suscita estas linhas desconhece-se até ao momento qualquer declaração do governo português e a notícia foi divulgada de forma rotineira pela comunicação social. Falamos da partida para o Afeganistão de 120 militares portugueses que irão render a força de comandos portugueses que aí completou uma missão de seis meses. Ou seja, falamos da continuação da participação portuguesa na guerra de agressão contra o povo do Afeganistão iniciada em 2001 ironicamente sob o nome de código «enduring freedom» (liberdade duradoura).
Uma guerra «duradoura» que já provocou directa e indirectamente várias dezenas de milhar de mortos (só no último ano e meio mais de 6.500 pessoas) e que empurrou para a condição de refugiados bem mais de 2 milhões de pessoas. Uma guerra “duradoura” que se prolonga há já seis anos, que está a alastrar instabilidade e insegurança a toda a região e que tem levado o país ao completo caos e paralisia. Uma guerra cada vez mais mortífera e violenta e que do ponto de vista da intensidade de combate é perfeitamente comparável à guerra do Iraque.
Foi para aqui que os militares portugueses partiram. É importante lembrá-lo.
É importante lembrar porque, apesar do silencio relativamente a esta partida – provavelmente ditado pelas condições de alto risco que os militares portugueses vão encontrar – os responsáveis políticos portugueses têm insistido na tese - desmentida pelas notícias da intensidade da guerra - de que os soldados portugueses estão lá para ajudar à estabilização do país, para combater o terrorismo e… pasme-se o narcotráfico.
Sobre a estabilização do país ficam as declarações do responsável militar agora rendido «Seria completamente utópico esperar segurança e estabilização a curto prazo para todo o país»(1) . Sobre o combate ao terrorismo a situação internacional e as acções dos EUA e da NATO de bombardeamentos indiscriminados a civis falam por si. Sobre o narcotráfico são vários os estudos que comprovam o que as Nações Unidas acabam de revelar: «o Afeganistão tornou-se no país do mundo onde a maior área de terras cultiváveis está afectada à produção de drogas»(2) . Outros testemunhos, insuspeitos, são eloquentes sobre quem ganha com isso, como o de Craig Murray, ex-embaixador britânico no Uzbequistão: «os quatro maiores detentores do negócio da heroína são todos membros do governo Afegão – o governo pelo qual os nossos soldados estão a combater e a morrer»(3) . Palavras para quê? Nem Luís Amado as tem, pelos vistos…
________________________
(1) Lusa, 27 de Agosto 2007
(2) Afghanistan Opium Survey 2007 - UNODC
(3)“Britain is protecting the biggest heroin crop of all time” (Craig Murray) 21 Julho 2007 - Daily Mail

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Só num país SOCRÁTICO! (7)

«Uma pessoa não pode receber o salário e depois não cumprir com o que está obrigado», afirmou Rui Rio, frisando que «ou as pessoas cumprem profissionalmente ou a alternativa será concessionar (a recolha de lixo) a privados».

Porto: Câmara «quer privatizar» recolha do lixo
(PortugalDiário, 2007/08/29)
.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou esta quarta-feira a Câmara do Porto de estar a «criar um cenário» para permitir a privatização do serviço de recolha municipal de lixo, considerando injustas as acusações de falta de brio profissional, noticia a Lusa.
.
«Este é um cenário montado para preparar a opinião pública», afirmou João Avelino, do STAL, comentando o aviso feito esta quarta-feira pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, sobre a possível privatização da recolha de lixo na cidade.
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Para o sindicalista João Avelino, a autarquia pretende alargar a privatização dos actuais 50 por cento para a quase totalidade da recolha de lixo porque «o negócio é mais apetecível quanto maior for a área concessionada».

João Avelino criticou ainda a autarquia por estar a culpar os trabalhadores pela situação, defendendo que a Câmara do Porto «devia era preocupar-se em penalizar quem não cumpre os regulamentos».
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«Os trabalhadores estão a ser injustamente acusados»
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«Falta de brio profissional» é uma manobra.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

A Frase das Terças (2)

"São 150 mil empregos que perdemos em três anos e que vamos recuperar em quatro"
(José Sócrates, campanha eleitoral, 10.01.2005)


segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O CRIATIVO, não convence.

Amêijoas não convencem

A ideia de José Sá Fernandes de criar uma marca de vinho e de azeite da capital, bem como comercializar as amêijoas e as corvinas do Tejo, apanhou de surpresa os vereadores da Câmara de Lisboa.
(Sol, p.7 25.08.07)
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Fernando Negrão, do PSD, ficou tão surpreendido que confessa ter lido duas vezes o artigo do SOL «para tentar entender essas ideias tão originais».
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Carmona Rodrigues não conseguiu evitar o riso perante aquilo que considera ser «um disparate». «Palavras para quê? É um artista português!», comenta o vereador independente que acha que Sá Fernandes «tem de começar a ser responsável pelo que diz».
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Ruben de Carvalho. Para o vereador do PCP, pensar que a autarquia pode vender amêijoas «é uma coisa completamente caricata». O comunista considera que só «por desconhecimento do que é a produção vinícola» é que Sá Fernandes pode propor a comercialização do vinho que se produz na Tapada da Ajuda. «É uma coisa que não lembra ao demónio».
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Ana Sara Brito, vereadora do PS, confessa não ter lido as ideias de Sá Fernandes para combater a crise financeira do município. Apesar disso, as sugestões parecem-lhe «originais», mas não viáveis.
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A líder dos cidadãos por Lisboa diz que tem por norma «só comentar as propostas apresentadas pelo movimento e nunca as dos outros».
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O gabinete de António Costas escusou-se a revelar o que o presidente pensa sobre a matéria. «Haverá um comentário quando as propostas forem discutidas na Câmara».

domingo, 26 de agosto de 2007

ENTRE_SONS (1)

Serge Reggiani_"Ma liberté"
Francofolies 1994

sábado, 25 de agosto de 2007

O Vosso tanque General,

O Vosso tanque General, é um carro forte

Derruba uma floresta esmaga cem Homens,
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista

O vosso bombardeiro, general
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar

Bertold Brecht

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O “NEGÓCIO”

“Defendo que deve ser uma associação ou os privados a entrarem no negócio dada a procura que regista”
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Sabem os leitores do «Entre linhas Entre Gente», qual o "negócio" a que se reporta a afirmação supracitada?

Pois bem. É ao transporte dos doentes, na sua maioria idosos do concelho de Coruche para o Hospital de Santarém, que desde sempre tem sido feito (e justamente!) pelos Bombeiros Municipais, pagos pelo o dinheiro de todos nós.

Sabem quem é o autor desta afirmação?

É o capitão na reserva Rafael Rodrigues, que veio de Setúbal (porque terá sido?) para (des)comandar a nossa corporação de Bombeiros.

A quem é que interessa, o “negócio” do transporte dos doentes?

Surreal..

Enternecedor, comovente mesmo!!!

Foi Hoje pelas 18h na RVS (Rádio Voz do Sorraia) ouvir a interessante “entrevista” ao Director do J.C. conduzida pelo “redactor principal”.

Que “tonteria”! Não têm a noção do ridículo!
Valha-lhes nossa Senhora do Castelo!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O CRIATIVO

O tal Zé que fazia falta à Câmara Municipal de Lisboa,
APRESENTA!
para combate à crise económico da Câmara de Lisboa:
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Criar uma marca de vinhos e azeites de Lisboa e comercializar as amêijoas e as corvinas que se pescam no Tejo são algumas das «ideias radicais» que José Sá Fernandes está a desenvolver para aumentar as receitas da Câmara de Lisboa
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O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda diz que «é preciso ter criatividade» para fazer face às despesas do município e revela que até já teve algumas conversas com o Instituto de Agronomia para pôr as vinhas e as oliveiras da Tapada da Ajuda a produzir vinho de mesa e azeite.

A ideia é «pensar em coisas novas para valorizar o potencial da cidade», explica Sá Fernandes, que descobriu recentemente que «se pescam no Tejo mais de 40 toneladas de amêijoa por dia». O vereador só está à espera de saber se o bivalve tem qualidade para dinamizar a sua venda.
________________________
«é preciso ter criatividade»

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A Falcatrua

Tribunal Constitucional: PSD recebeu financiamento ilícito da Somague em 2002 (Público, 21.08.2007)

«O PSD recebeu ilegalmente em 2002 mais de 233 mil euros em donativos indirectos da construtora civil Somague, revela um acórdão do Tribunal Constitucional»
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«O Tribunal Constitucional deu como cabalmente provado que a Somague, SA pagou uma factura no valor de 233.415 euros por serviços prestados ao PSD e à JSD pela empresa Novodesign»
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E são eles que se propõem governar-nos!

Uma História REAL!

CORAGEM DE DIZER: TENHO MEDO!
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Em meados de 1952 deram entrada no Forte de Peniche os réus do célebre Processo dos 108 (o maior de sempre).
Durante o julgamento, em 1948, muitos dos réus tinham sido condenados a penas suspensas mas, depois de vários recursos e por artes dos juízes do Tribunal Plenário, todos passaram a prisão efectiva e ainda sobrecarregados com as famigeradas medidas de segurança (forma encontrada por Salazar para manter indefinidamente encarcerados os que não desarmavam da luta contra a ditadura fascista).
Lá, juntámo-nos a camaradas que, na grande maioria, contavam já no seu currículo com alguns anos de prisão.
Não foram precisos muitos dias para comprovarmos que não havia exagero no que nos diziam, cá fora, familiares dos presos que lá se encontravam.
Os guardas, salvo uma ou outra excepção, eram verdadeiros carrascos. O seu chefe – indivíduo cruel e frio – estava intimamente ligado à PIDE.
O director, ex-capitão do exército, era uma pessoa despersonalizada e já xexé, que sancionava todas as patifarias do responsável pelos carcereiros.
A assistência médica e medicamentosa estava a cargo de um clínico sem um mínimo de personalidade. O enfermeiro era cínico, fingido e estava superiormente autorizado a alterar e mesmo a negar a medicação aconselhada pelo médico.
Os castigos eram tantos que, mesmo com os três segredos ininterruptamente ocupados, levariam anos a ser cumpridos (com a greve que, adiante, descreveremos, foram anulados).
Aquilo a que os carcereiros chamavam disciplina, era opressão, era verdadeira crueldade.
Cabe aqui contar como toda uma Sala foi castigada ( a Sala 3, que estava isolada das outras por serem os seus ocupantes considerados “os maus”).
Uma noite (entre as 23 horas e meia-noite), um companheiro nosso, o João Lopes, de Viana do Castelo, adoeceu gravemente. Pedimos ao soldado da GNR que fazia vigia à nossa Sala que providenciasse no sentido de chamarem o enfermeiro. Este pedido foi feito por vários vezes e sempre o GNR o comunicou sem resultados. O nosso companheiro sofria imenso (os próprios guardas estavam indignados perante esta situação).
Com a manhã já bastante adiantada chegou, por fim, impante e com ares de provocação, o enfermeiro. Reprovámos o seu comportamento. Foram-lhe dirigidas algumas palavras um tanto azedas a que ele respondeu com novas provocações.
Resultado: no dia seguinte foi lida uma Ordem de Serviço que dizia terem sido todos os ocupantes da Sala castigados com 5 e 10 dias de Segredo (alguns camaradas que tinham feito o seu turno de acompanhamento ao doente dormiam a sono solto, portanto não tinham tomado parte na discussão com o enfermeiro mas, mesmo assim, não se livraram do castigo).
A alimentação era péssima, mas em grande quantidade. Aos carcereiros convinha-lhes muita comida (quase sempre ou na maior parte dos dias imprópria para consumo) pois os restos – e que restos! – eram vendidas a particulares, para engorda de porcos.
E aqui vamos chegar ao motivo porque escrevo esta tentativa de estória que é, ao mesmo tempo, uma sentida homenagem a um querido amigo já falecido – o João Garcia Labaredas.
A determinada altura, devido a uma inflamação intestinal, fui isolado num quarto para que não pudesse comer alguma coisa que me fizesse mal. A minha dieta era ao almoço e ao jantar, arroz ou massa com cavalas ou sardas cozidas ( e já amareladas!) Daí, desse quarto, assisti ao que deu ocasião à maior greve de fome até então levada a cabo por presos políticos.
Camaradas a dieta como eu, recusavam-se a levar para ser cozinhada, carne que, via-se pelo tom azulado, estava estragada.
Depois de uns minutos de discussão sobre o assunto, os presos propuseram não recusar a sopa nem o pão, mas não comeriam a carne. A proposta foi rejeitada pelo chefe dos guardas que proferiu provocações e ameaças. Então, os presos presentes, declaram que iriam para a greve de fome.
Eu fui transferido para a Sala 4 onde se encontravam conterrâneos meus.
Foi a mim que, depois da descrever o que se passara, coube a tarefa de apresentar aos camaradas coucenses a proposta de greve. Imediata e simultâneamente o Arnato Brás e o Joaquim Castanha disseram estar de acordo, que fariam a greve: vamos p`ra ela!
Em seguida, o João Labaredas diz em voz bem segura: Tenho medo, mesmo muito medo! Numa greve de fome por tempo indeterminado há perigo de mortes; mas eu adiro e irei até ao fim!
Estas palavras jamais as esquecerei, pois o João disse-nos o que nós, por vaidade de confessarmos que tínhamos medo, não fôramos capazes de afirmar.
Passados cinco a seis dias havia amigos que, por debilidade física e moral, tinham caído à cama.
Então era bonito de ver o João Labaredas, de cama em cama, a animar os companheiros doentes. Contava-lhes anedotas, passagens da sua vida de marçano em Lisboa, da sua estadia como expedicionário nos Açores e declamava monólogos alegres, que muitos sabia de cor!

O Homem que teve a coragem de dizer que tinha medo tudo fez para levantar o moral dos mais débeis e, sem dúvida, o seu contributo foi determinante para que na Sala não houvesse, sequer, uma desistência!

João Camilo Pereira Rosa
(1920-2001)
Passado para o papel Novembro 95, Couço