"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

terça-feira, 31 de julho de 2007

COUÇO_ A luta de um Povo Heróico!

1894 - Chega ao Couço o professor primário Dinis Caiado, personalidade importante na alfabetização da população do Couço. Dinis Caiado cria a academia «MOCIDADE DO COUÇO» o que possibilitou à população mais humilde o acesso à instrução.
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1933 - Em Junho deste ano surgem as primeiras prisões políticas, resultado da luta na praça de jorna por melhores salários para as ceifas.
Rodeados por uma escolta de GNRs a cavalo, onze operários agrícolas foram levados, a pé, para as cadeias de Santarém.
A luta torna-se mais segura e firme e os seus objectivos mais amplos e definidos.
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1942 - Duas mil pessoas, arriscando a liberdade, protestam nas ruas do Couço contra o envio de géneros para a força militar nazi, através do regime de Espanha, enquanto o povo português passava fome.
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1943 - Em Janeiro deste ano um PIDE disfarçado de cauteleiro contacta alguns jovens convidando-os a filiarem-se no PCP. Dias depois quatro desses jovens são presos.
Em conjunto com os operários agrícolas do Alentejo, os trabalhadores do Couço participam intensamente em importantes lutas sob a direcção do partido comunista que aumenta a sua influência, cresce e reforça-se.
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1947 - Foram presos em Junho de 47 vários membros do comité local, sub-regional e regional do PCP que foram réus no maior julgamento realizado no país - o célebre processo dos 108. Só em 1955 saiu da prisão o último prisioneiro deste grupo.
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1958 - Realiza-se uma sessão pública organizada pelos apoiantes de Arlindo Vicente e teve, entre outros oradores, Orlando Gonçalves e Hélder Machaqueiro.
No dia 8 de Junho de 1958, 80% da população do Couço votava no General Sem Medo.
Mas, o regime tomara, as suas precauções e as chamadas eleições constituíram uma monumental burla.
Em todo país desenvolvem-se múltiplas e variadas acções de protesto contra a fraude eleitoral.
No Couço, num trabalho intenso com reuniões no campo prepara-se a resposta à prepotência do regime. Com adesão total, no dia 23 de Junho de 1958 os trabalhadores do Couço declaram greve.
A repressão foi imediata. Nesse mesmo dia quatro trabalhadores são presos no posto da GNR.
O povo reage, cerca o posto e exige a libertação dos presos.
Guardas e pides tentam pedir reforços para Coruche, Santarém e Évora, mas os telefones haviam sido cortados, e, assim, são obrigados a libertar os prisioneiros.
No dia seguinte esta vila é ocupada por trezentos GNRs. As prisões e os espancamentos atingem centenas de pessoas, mas a PIDE não consegue aquilo que pretendia - descobrir os chefes do movimento.
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1960 - Nova ofensiva da polícia leva a uma vaga de prisões. Vários jovens e mais de duas dezenas de militantes sofrem nas prisões da PIDE, as mais horríveis torturas.
Mas, apesar disso e contra tudo, o 1º de Maio de 1960 é comemorado com entusiasmo por centenas de trabalhadores que se reúnem e confraternizam num piquenique.
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1962 - Nos meses de Abril e Maio, o povo trabalhador do Couço alcança uma memorável vitória a conquista, pela primeira vez, da jornada de 8 horas de trabalho.
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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Busto do Major Luiz Alberto de Oliveira - Perguntas de um Operário Letrado

Despautérios proferidos pelo Homúnculo Director, do Jornal de Coruche - Editorial, Julho 2007

"Será chegado o dia, em que todos, a bem da Nação, teremos de contribuir para a mudança que cada vez mais se exige."

"Foi isso que Luiz Alberto de Oliveira fez há mais de sessenta anos, revolucionando as condições de vida em Coruche com infraestruturas que ainda hoje usamos"

Perguntas de um Operário Letrado (ao supracitado Director)

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertolt Brecht

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Dá que Pensar!

Porque será, que pela primeira vez em mais de 30 anos Coruche não terá nenhuma equipa de futebol no escalão principal distrital?
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Porque será, que continua a lenta agonia do Coruchense? deu o que tinha, – e era muito – em troca nada recebeu. Eu sei quem são os responsáveis mas não digo – tenho presente o que aconteceu ao Prof. Charrua.
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Porque será, que retiraram os "rolos" da relva do campo do Figueirense?
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Porque será, que o terreno do Montinho do Brito não volta à posse do Coruchense, o contrato de permuta não foi cumprido, ou foi?
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Porque será, que só mais de um ano depois é que são detectados os erros técnicos do projecto de construção da central de camionagem? Cá para mim a história está mal contada, talvez volte ao assunto!
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Porque será, que com tantos apoios propagandeados ao comércio tradicional, as lojas continuam a encerrar?
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Porque será, que o PS de Coruche teve de “deitar mão” à comissão de festas, estas não foram devolvidas ao povo em 2002?
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Porque será, que para atribuir subsídios à comissão do PS – perdão comissão de festas – basta um simples fax, e os regulamentos? E os demais preceitos legais mandam-se às malvas?
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Porque será, que os actuais eleitos na CMC e os do anterior mandato foram multados pelo tribunal de contas? A RVS ainda não nos informou – estranho! Tenho que voltar assunto...
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Dá que pensar!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Mendes! (parte II)


Será que quando reafirma que a reposição do busto do fascista Luiz Alberto de Oliveira, “não deve ser politizada”, que é o “homem e a sua obra que devem ser avaliados”.

Só por que há 1313 assinaturas? De quem? Coruchenses? Residentes no concelho?
Não vê, que está a ofender, a desrespeitar a memoria daqueles que já não estão entre nós e a humilhar aqueles, felizmente ainda vivos, que lutaram pela liberdade, pela democracia, contra o fascismo que por isso passaram anos e anos nas prisões, onde foram torturados, feridos na sua dignidade de seres humanos pelos seguidores e correlegionários daquele que o senhor admite hoje homenagear.

Acha digno? Como Presidente da Câmara?

Eis os nomes de alguns Grandes Lutadores Coruchenses, contra o fascismo, que com a sua luta contribuíram decisivamente para a construção do regime democrático em que hoje vivemos.
O senhor é de História! Respeite-os!

João Camilo Pereira Rosa
António Camilo
Joaquim Castanhas
Joaquim Claudino
Isidro Fino Henriques
João Pedro Marrafa
Manuel Gil Nunes
José dos Santos Lopes
Arenato Brás
Maria Guilhermina Galveias
Maria da Conceição Figueiredo
Maria Rosa Viseu
António da Silva Teles
Joaquim António de Oliveira
António Amâncio
Jerónimo Bom
Graciete Casanova
Domingues Catarino
António Caetano
Manuel Joaquim Brás
Joaquim José Dias
Diamantino Marques Ramalho
Joaquim Henrique dos Santos (Joaquim Gafaniz)
Arménio Marques Gil
Olímpia Brás
Maria Madalena
António Oliveira
Luís Firmino
Francisco Firmino Galvão
José Vicente Henriques
José Casanova
(só para citar alguns.)

Estes sim, devem merecer o nosso respeito e gratidão pela luta que travaram dando tudo de si, por vezes até a vida, sem receber nada em troca. E a melhor homenagem que o senhor lhes pode prestar enquanto Presidente da Câmara é não alinhar no branqueamento de figuras do regime de Salazar.

Quando a terra era de quem a trabalhava!

Operárias Agricolas, Volta do Vale, Abril 1985



Este sim merecia ter um Busto! FRENTE À CÂMARA DE CORUCHE

Nasceu no Alto de Sto. Antonino em Janeiro de 1887, Filho de José Ferreira e Leonor Maria.

Trabalhador rural de Coruche, Manuel Ferreira Quartel é contemporâneo do nascimento e agonia da I República e, obviamente, da ascensão e queda do sindicalismo revolucionário em Portugal.
Fundador e dirigente da Associação de Classe dos Trabalhadores Rurais de Coruche, da Cooperativa “A Solidária” e da “Caixa Mutualista”; fundador e dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores Rurais; Fundador e Dirigente do Partido Comunista Português, Ferreira Quartel foi um dos mais destacados sindicalistas portugueses durante a I República.
Os seus contemporâneos dizem-no de trato afável, sensato, expondo com clareza e simplicidade, a que não faltava uma certa ironia. Num país em que a taxa de analfabetismo era em 1911 de 75,1% (no distrito de Santarém era de 79.9%), mais elevada ainda no campo, saber ler e escrever era uma raridade. Ferreira Quartel fazia parte dessa minoria letrada. Escreve, e escreve muito, colaborando quer nos órgãos sindicais, como O Trabalhador Rural, O Sindicalista, A Internacional, quer nos órgãos político – ideológico, como o Germinal, Anarquista de Setúbal, A Aurora, Anarquista do Porto, O Comunista, órgão central do PCP.
O tema principal dos seus escritos é a “Questão Agrária” e a organização sindical dos trabalhadores rurais. Dentro do Movimento Sindical e do PCP ele tornou-se um especialista nesta matéria.
Manuel Ferreira Quartel funda a Associação dos Trabalhadores Rurais de Coruche logo após a implementação da I República (5 de Outubro de 1910), mais precisamente em 1 de Janeiro de 1911. A Associação englobava os trabalhadores rurais não só da vila, mas também dos povo vizinhos, como Erra, Santa Ana, Azervadinha, Biscainho, Fajarda e Valverde. A sede era na vila, assim como a da Cooperativa, e tinha secções na Erra, Couço e Lamarosa. Iniciada com 300 associados, em breve a Associação atingiu os 600 sócios.
Em Julho de 1911 Ferreira Quartel dirige a primeira greve dos trabalhadores rurais de Coruche, os quais conseguem não só um acentuada elevação dos seus magros salários, como também a regulamentação do horário de trabalho.
No ano seguinte Ferreira Quartel funda a Cooperativa “A Solitária” e a “Caixa Mutualista”, para prestar auxílio aos seus associados em caso de doença, desemprego ou prisão. E em Julho desse mesmo ano encabeça a mais importante greve, colocando os rurais de Coruche na vanguarda das lutas dos Trabalhadores agrícolas de então.
Em Agosto participa e preside ao I Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais, que tem lugar em Évora, e onde é constituída a Federação Nacional dos Trabalhadores Rurais.
A sua acção e a actividade da Associação despertam a ira das autoridades republicanas que, em 1913, encerram a Associação e prendem 30 trabalhadores rurais, que são encarcerados na cadeia do Limoeiro, em Lisboa, onde são mantidos durante quatro meses sem culpa formada. A seguir é preso Manuel Ferreira Quartel. Levado para o Governo Civil de Santarém, ali é mantido incomunicável 27 dias. Depois é transferido para o Governo Civil de Lisboa, onde permanece mais 18 dias, findos os quais é removido para a cadeia do Limoeiro
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Libertado, Ferreira Quartel retoma o seu lugar na Associação e na Federação, participando no seu II Congresso (Évora, 1913), no III Congresso (Lisboa, 1919), onde apresenta a tese Cooperativismo na Classe Rural. Entretanto, representa a Federação em vários congressos operários nacionais e estrangeiro.
Depois do golpe de Estado de Sidónio Pais (1917) Ferreira Quartel fixa-se em Lisboa, passando a trabalhar no Asilo situado onde é hoje o Hospital dos Capuchos, que era então dirigido pelo seu amido Dr. Sobral Campos.
Manuel Ferreira Quartel é um dos fundadores do PCP em 1921 e activo partidário da Internacional Sindical Vermelha (ISV), cuja sede era em Moscovo. Participa no I Congresso do PCP (Novembro de 1923), intervindo nos debates sobre a tese “A Questão Agrária”, onde abordou a experiência de exploração colectiva da terra de Coruche. Além disso, dá um apoio decisivo ao ressurgimento da Associação de Classe dos Trabalhadores Rurais de Coruche, apesar de estar em Lisboa, e é por eles nomeado seu delegado no III Congresso Nacional Operário (Covilhã, 1922), onde defende as teses da ISV.
Ferreira Quartel tem também um importante papel no apoio aos sindicatos rurais (associações de classe, como era então designadas os sindicatos) que iam optando pelo ISV, como foi o caso de Coruche, Beja e Vale de Vargo. Foi membro da Comissão Central do PCP e seu secretário interino, quando Carlos Rates, secretário-geral do PCP, abandonou o Lugar. Foi candidato a deputado pelo PCP nas eleições de 1925 pelo círculo de Beja.
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Eis a biografia de um Ilustre Coruchense este Sim merecia ter um Busto! Frente à Câmara de Coruche.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

BREJEIRICES DIZ PERSAS (1)

NOTÍCIA DE “O SORRARIA” PROVOCA UMA TORRENTE DE REACÇÕES DÍSPARES

Na passada edição de 26 de Dezembro de 1994 de “O Sorraia”, a notícia que figurava na última página sob o título DEPÓSITO DA FAJARDA e, nomeadamente, o parágrafo onde se afirmava: “sexta-feira, dia 16 de Dezembro, a água começou a correr nas traseiras, vinda do tão esperado depósito.”, provocou uma vaga de reacções em catadupa.
Fosse aquele quinzenário regionalista um órgão em que os leitores se confrontassem com gralhas constantes nas suas páginas, e tal notícia não teria passado de uma pequena tempestade num copo de água; apenas se diria que “O Sorraia” tinha metido água uma vez mais, trocando torneiras por traseiras.
Mas como aquele jornal já habituou os seus leitores, fiéis como uma onda, a uma escrita impoluta, ausente de erros, inexactidões ou aleivosias, em suma, uma escrita de primeira água, tal notícia, a uns, deu água pela barba, enquanto que, a outros, fez ferver em pouca água.
Agora que as água estão mais calmas já podemos, serenamente, dar conta das reacções mais díspares provocadas pela referida notícia, certos de que muita água vai ainda correr sob as pontes.
Quando, ao questionarmos o Chefe de Redacção, este sacudiu a água do capote, vimos logo que o caso trazia água no bico.
De resto, uma importante testemunha da Fajarda, pessoa proba, asseverou-nos que ao longo das semanas anteriores tinha realmente estranhado ver, pela calada da noite, furtivamente colados às empresas posteriores das casas da povoação, grupos de trabalhadores municipais transportando compridos tubos de polietileno, não apercebendo então qual seria o seu objectivo.
Assim, mal aquele periódico apareceu nas bancas, àqueles que andavam sem desejosos de que os serviços municipais ponham a pata na poça, cresceu-lhes a água na boca.
Um indivíduo que estava a mudar a água às azeitonas disse logo: temos o caldo entornado!
Quando inquirimos aquele velho alquilador fajardense, o homem deu com os burrinhos na água e apenas comentou: p`ra trás mija a burra!
Perguntada a sua opinião, aquela bicha bem conhecida, respondeu toda enlevada: Ai, nas traseiras acho o máximo!
Aquele moleiro, quando o questionámos sobre a matéria, mostrou-se radiante e afirmou estar satisfeito pois agora já podia levar a água ao seu moinho. Membros de uma família coruchense, de apelido bem conhecido e popular, sustentaram que tudo iria ficar em águas de Bacalhau. Entretanto, o júbilo foi patente nos habitantes da Fajarda Norte que, como é sabido, sempre olharam de frente a rede de água da Fajarda Sul. Até a homilia de Natal, em que muitos fieis julgaram vislumbrar uma alusão velada ao acontecimento, foi baseada na célebre frase – NUNC EST BIBENDUM – que Jesus da Nazaré terá proferido na Última Ceia. Depois de muita insistência da oposição para que o assunto fosse esclarecido publicamente, um antigo membro de executivo municipal respondeu peremptório e definitivo: O que é importante é que os senhores munícipes vejam as suas necessidades básicas satisfeitas. Pela frente, ou pelas traseiras, tanto importa! Um responsável local do PS, conhecido pelo seu temperamento irascível e por uma certa rudeza, ao ser abordado sobre o assunto por um antigo candidato independente por aquela força política à presidência da Câmara, respondeu-lhe abruptamente, com grosseria, como é seu timbre: Na P…., senhor Almeida!
De antigos membros dissidentes da Comissão Coordenadora da CDU, respigamos do seu comunicado público, a seguinte frase: “…já estamos habituados a que façam tudo nas nossas costas!” Da proclamação do protesto do PSD transcrevemos: “…tanto mais que o PSD chamou atempadamente a atenção da Câmara Municipal para que, com tal procedimento, estaríamos a comprometer a modernização do Concelho, permanecendo na cauda da Europa”. O PCP veio terreiro afirmar que “A água a correr nas traseiras é mais uma prova da transparência clara da política municipal e mais uma prova da confiança no futuro através de uma gestão democrática rumo aos quintais, até à rede de abastecimento público final”.
Mas da disparidade destas reacções, nota mais emotiva que há-de permanecer na memória, foi quando àquela velhinha – que toda a vida carregara para casa, ajoujada, as cantaras de água do poço do quintal – ao abrir pela primeira vez a torneira, se lhe arrasaram os olhos de água

Expessão latina que pode ser traduzida livremente por: Agora é hora de beber.

Fevereiro 95
José Labaredas

terça-feira, 24 de julho de 2007



"Diz a Bíblia que é mais fácil entrar um camelo pelo buraco da agulha do que entrar um rico no reino dos céus. Nós dizemos que é mais fácil entrar um camelo pelo buraco da agulha do que ver os poderosos, os ricos, a combater a pobreza."
Jerónimo de Sousa

domingo, 22 de julho de 2007

As privatizações agravaram o défice orçamental.

A privatização de empresas estratégicas nacionalizadas, para além de representar uma perda de um importante instrumento de politica económica, o que foi agravada pela perda de instrumentos de politica macroeconómica (politica de câmbios, politica de juros, politica orçamental e mesmo de investimentos) que resultou da integração de Portugal na UE, teve também como consequência o agravamento do défice orçamental e externo. Se analisarmos um conjunto de 10 importantes empresas nacionalizadas que foram parcial ou totalmente privatizadas (EDP, GALP, PT, REN, Totta Açores e Crédito Predial, BPI, BES, CIMPOR, PORTUCEL, BRISA), concluímos que os lucros líquidos destas empresas, no período 2002-2006, totalizaram 14.843,8 milhões de euros. Se estas empresas não tivessem sido privatizadas, os seus lucros constituiriam receitas do OE, o que determinaria que, já em 2007, o Orçamento da Administração Pública apresentasse um saldo positivo (+0,2% do PIB), não podendo já o governo utilizar o défice orçamental como argumento para impor sacrifícios aos portugueses e para estrangular a economia como está a suceder. Mas não foi apenas a nível do défice orçamental que a privatização teve consequências negativas. Também a nível das contas externas está a ter um impacto negativo muito grande. E isto porque uma parte significativa e crescente do capital dessas empresas já se encontra nas mãos de estrangeiros (EDP: 48%; GALP: 39,3%; PT: 73%; PORTUCEL: 10%; REN: 25,6%; Tota+Credito Predial: 100%; BES: 28%; BPI: 70,4%; CIMPOR: 27,3%; BRISA:31,7%) E como consequência uma parte importante dos seus lucros revertem para estrangeiros (6.870 milhões de euros só no período 2003-2006) sendo naturalmente transferidos para o exterior, agravando a situação da Balança de Pagamentos de Portugal, o que constitui um obstáculo importante ao desenvolvimento do País. É evidente, face a estes dados, que a renacionalização destas empresas — que são actualmente um instrumento importante de domínio dos grandes grupos económicos e de transferência de riqueza dos portugueses para esses grupos, pela via dos preços totalmente liberalizados, o que tem contribuído para agravar as desigualdades — teria um impacto extremamente positivo no défice orçamental e no externo assim como no desenvolvimento equilibrado e sustentado do País. No entanto, apesar da experiência ter mostrado que as privatizações estão a ter consequências negativas para o País e para os portugueses, o governo de Sócrates não parou este processo; pelo contrário até o acelerou, como prova a recente privatização de 19% do capital da REN, em que uma parte importante caiu imediatamente nas mãos de estrangeiros, assim como a anunciada privatização de uma parcela da pequena parte do capital que o Estado ainda detém na EDP e na GALP energia.

sábado, 21 de julho de 2007

Actividades (será que são levadas a sério?)

Escrevo porque penso que esta situação tem de ser transmitida, pois, parecendo que é uma coisa sem importância, acaba por causar grandes transtornos nos atletas que frequentam o Pavilhão Gimnodesportivo de Coruche. Cada vez que há almoços da Câmara, quem é que fica sem treinos? Os atletas de Patinagem Artística. Cada vez que decidem fechar o pavilhão, quem é que sofre? Os mesmos atletas, mais os do Hóquei em Patins, etc. Pelo que me apercebi, ao ler os jornais, estas modalidades têm ambas evoluído, pelo menos nas duas últimas épocas, mas estes atletas são cada vez mais impossibilitados de poder treinar, para serem melhores e elevarem o nome dos Corujas, e de Coruche. Neste momento, o pavilhão encontra-se fechado para férias. Já que a câmara impossibilita a realização de treinos, ao menos que se dignasse a arranjar alternativas para os atletas não terem que parar a sua rotina de treinos!! Mas nesta terra, ninguém quer saber! Já para não falar dos atrasos de alguns funcionários (não referindo nomes) para ir trabalhar! Se fôssemos a ver bem os atrasos, a falta de vontade para trabalhar, a má disposição no local de trabalho e a irresponsabilidade de alguns funcionários, estes nem sequer teriam direito a férias! É tudo muito bonito quando os atletas de Coruche ganham prémios e medalhas, mas no fundo ninguém faz nada por eles! Nem o clube, nem a câmara, nem ninguém!! Não bastando os poucos treinos disponibilizados devido aos horários dos funcionários, ainda os privam de poderem treinar mais e mais! Assim nunca ninguém chegará a lado nenhum! Coruche vai ser sempre uma terra de falhados (sem querer ofender ninguém), e vemos campeões formarem-se em terras tão próximas, e da nossa terra não sai nadinha! Porquê? Por causa de situações como esta!!! Se este pavilhão tem muita ocupação e tem que servir para tudo, desde Escola em Festa, a almoços da Câmara, e tretas assim do género, construam outro onde possam garantir os treinos para os atletas, e condições para os mesmos, pois eles merecem! Aproveito também para criticar o ringue desse pavilhão. Depois de assistir a uns treinos de Patinagem Artística e de Hóquei em Patins, apercebi-me de que o ringue se encontra todo "esburacado", pois tanta porcaria metem dentro do ringue (palcos, desfiles de Carnaval, Escola em Festa, exposições...), que em boas condições ele não pode estar com certeza. isto para não falar da sujidade que lá se encontra, pois pelo que me apercebi, há atletas que passam grande parte dos treinos a apanhar lixo do chão do ringue, que era suposto estar nas mais perfeitas condições já que lá são praticadas modalidades sobre rodas! Concluindo: poucos treinos, maus treinadores, maus funcionários, pouca ajuda/incentivo da população, e má vontade da parte da Câmara de Coruche em não ajudar os atletas, e impossibilitando-lhes os treinos. Por outras palavras, ninguém quer saber dos atletas de Coruche, que mereciam a ajuda e apoio da população, pois são eles que, mesmo passando dificuldades para treinar, e mesmo com poucos apoios, conseguem melhorar a olhos vistos de ano para ano e levar o nome de Coruche mais além! (devido à sua própria vontade, porque pelo que ouvi dizer, os treinadores também "não valem um corno").
Posted by Um Coruchense muito Revoltado!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Movimento e-Coruche "Upgrade Tecnológico"

Todos os anos, um número bastante significativo de jovens do nosso concelho, devido ao número restrito de opções que lhe são oferecidas para prosseguirem os seus estudos após concluírem o 9º ano, têm de sair em direcção a outros concelhos vizinhos. Há 20 anos atrás, o movimento era precisamente o inverso: jovens de outros concelhos é que tinham necessidade de vir estudar para Coruche.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Profissão: bufo

Estou em crer que Sócrates já cumpriu a promessa de criar 150 mil novos postos de trabalho. E se estou em crer bem, a não publicitação do êxito deve-se ao facto de estes novos profissionais pertencerem a uma categoria ainda não oficializada publicamente. Com efeito, a designação profissão: bufo não é, ainda, parte explícita do currículo dos muitos e muitas que à dita profissão se entregam de corpo e alma. Mas lá chegará: a política de direita, ao serviço da qual os bufos bufam, disso se encarregará. Bufo, não é profissão agora nascida por efeito do sopro de modernidade que percorre Portugal. No tempo do fascismo, dezenas de milhares de bufos faziam chegar a quem de direito o relato pormenorizado de acções, palavras, ditos, intenções, pensamentos… de colegas de trabalho, de conhecidos de vista e de café, de vizinhos, até de familiares - por que não?: era a Pátria que estava em causa e o Chefe não se cansava de alertar para os mui perigosos perigos que sobre ela pesavam, de entre os quais avultava, como ele amiúde sibilava, «o sinistro evangelho marxista-leninista». E tão importante era essa prática, que o regime defendia a identidade dos bufos, atribuindo a cada um deles um nome de código. Eram assim, então, os bufos do fascismo. E como são os bufos de hoje, seus descendentes e continuadores? Esclareça-se, em primeiro lugar, que não nasceram com este Governo: são filhos da política de direita iniciada por Soares e prosseguida, de então para cá, por todos os governos - de Cavaco a Barroso, de Guterres a Sócrates. De resto, são bufos... e, como tal, bufam o que for necessário sobre quem for necessário. Igualmente devotados à Pátria, em tudo imitam a actuação dos seus antepassados e, como eles, estão disponíveis para: o que for preciso, V.Exa. manda. E esperam: pela recompensa.A diferença entre os bufos do fascismo e os da política de direita é que estes, em muitos casos, ostentam a sua condição de bufos, vêm a público anunciar-se a bem da nação. Da obra da política de direita, o bufo emerge como produto acabado. E é jóia da coroa e imagem de marca do Governo de Sócrates.
José Casanova

Ora Toma!

«Um dia, Deus nosso Senhor vai levar Fidel Castro embora», disse Bush em resposta a uma pergunta, depois de um discurso na Escola de Guerra Naval.
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«Agora entendo porque sobrevivi aos planos de Bush e de outros presidentes de me assassinar: Deus nosso Senhor protegeu-me», disse Fidel.
in SOL

"Curtas" Lisboa


António Costa não ganha com maioria absoluta o que é bom para o poder autárquico, seguramente, ao serviço do PS e do Governo.
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Ruben de Carvalho vê recompensada com uma excelente votação, a sua boa campanha mas, acima de tudo, a competência que demonstrou no desempenho das suas funções camarárias.
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Carmona varre PSD.
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Terramoto de Lisboa no PSD.
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PP Desaparece.
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Ridículo PS... convocou excursões de Famalicão, Covilhã, Celorico de Basto etc., para fazer "claque" na capital.
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A insignificância dos resultados dos grupúsculos reduziu-os ao que eles realmente são. Cai por terra a ideia do extremismo de direita em suposta "força" na metrópole.
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Nova Câmara
PS: António Costa, Manuel Salgado, Ana Sara Brito,Marcos Perestrello,Rosália Vargas e José Cardoso Silva.
Lisboa c/ Carmona: Carmona Rodrigues, Pedro Feist e Gabriela Seara.
PSD: Fernando Negrão, José Salter Cid e Margarida Saaverd.
Cidadãos por Lisboa: Helena Roseta e Manuel João Ramos.
CDU: Ruben de Carvalho e Rita Magrinho.
BE: José Sá Fernandes

domingo, 15 de julho de 2007

Eleições para Lisboa

António Costa vence, seis mandatos para o PS.

O socialista António Costa ganhou as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa (CML), mas sem maioria absoluta, garantindo seis dos 17 mandatos em jogo, correspondentes a 29,54 por cento dos votos.
Num sufrágio marcado pela forte abstenção, o independente Carmona Rodrigues, ex-presidente da CML, então apoiado pelo Partido Social Democrata, garantiu três lugares na vereação, com 16,70 por cento, suplantando mesmo a candidatura social-democrata, encabeçada por Fernando Negrão, que se ficou pelos 15,74, embora elegendo também três vereadores.
A outra independente entre as 12 listas candidatas, a ex-socialista Helena Roseta, conseguiu dois mandatos, com 10,21 por cento, à frente da Coligação Democrática Unitária, liderada por Ruben de Carvalho e agregando o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes", que obteve 9,53 por cento e também dois postos na vereação.
No sexto lugar, conseguindo a reeleição para o lugar de vereador, surge José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda, com 6,81 por cento, enquanto o democrata-cristão Telmo Correia falhou a eleição, ficando-se pelos 3,70 por cento, seguido pelo cabeça-de-lista do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, que atingiu 1,59.
As restantes listas, do Partido Nacional Renovador (0,77), do Partido Nova Democracia (0,61), do Movimento Partido da Terra (0,54) e do Partido Popular Monárquico (0,38), ficaram abaixo de um por cento de votos, enquanto os votos em branco ascenderam aos 2,31 por cento e os nulos cifraram-se em 1,53.
As eleições foram convocadas na sequência da "queda" do executivo municipal de Carmona Rodrigues, após o ex-edil lisboeta ter sido constituído arguido no denominado caso Bragaparques
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© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2007-07-15 22:20:01

Em Portugal houve fascismo!

Ao contrário do que muitos «historiadores» pretendem fazer crer, o «Estado Novo» não foi apenas um «regime autoritário conservador». Em Portugal houve fascismo, em muito semelhante aos regimes existentes na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler.A abertura do Campo de Concentração do Tarrafal, criado por decreto governamental em Abril de 1936, pode ter sido a face mais cruel do fascismo português. Mas esteve longe de ser a única.Após o Golpe Militar de 28 de Maio de 1926, começa a construir-se em Portugal o edifício fascista, em tudo semelhante ao que vigorava em Itália, primeiro, e, depois, na Alemanha. Em Julho de 1930, é criada a União Nacional, o partido único fascista.Em 1932, o ditador Salazar formula a sua concepção de «Estado forte»: reforço dos poderes do governo; abolição dos partidos e interdição dos sindicatos; manutenção e reforço da censura imposta com o golpe militar; «modernização» da polícia e das forças armadas. Em Agosto de 1933, é criada a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), antecessora da PIDE. Da Alemanha chegam instrutores nazis para montar o aparelho repressivo salazarista.Em Março de 1933, a nova «Constituição» é proclamada, após um plebiscito em que a propaganda da oposição era proibida e as abstenções contavam como votos a favor. Em Setembro do mesmo ano, é publicado o Estatuto do Trabalho Nacional, em tudo semelhante à Carta del Lavoro de Mussolini: são criados os sindicatos nacionais e é imposto o modelo corporativo. Dois anos mais tarde, os funcionários públicos passam a ser obrigados a assinar uma declaração anticomunista e o governo é autorizado a suspender e demitir das suas funções aqueles que não dessem provas de aceitação e fidelidade à nova ordem fascista. Em consequência disto, são demitidos milhares de funcionários públicos. À semelhança das organizações existentes na Alemanha de Hitler, são criadas, em 1936, a Legião Portuguesa e a Mocidade Portuguesa.As forças reaccionárias do grande capital e dos grandes agrários criavam assim o sistema político e social, em tudo semelhante aos que vigoravam na Alemanha e na Itália, que melhor servia os seus interesses e objectivos: pôr o aparelho de Estado ao seu serviço, arredar do poder a pequena e média burguesia, travar o movimento operário.
  • Reprimir as «criaturas sinistras»
A ideia da construção de um Campo de Concentração surgiu, em Portugal, como parte integrante da evolução da situação política nacional e internacional. A repressão das forças democráticas, em particular ao movimento comunista e operário, reforçava-se com a progressão e consolidação do fascismo na Europa. A chegada ao poder de Hitler, em 1933, foi um grande estímulo para os fascistas portugueses. Identificando-se com os modelos de Hitler e Mussolini, Salazar recorreu a instrutores alemães para montar o seu aparelho repressivo. Os responsáveis pelo Campo de Concentração do Tarrafal tinham «estagiado» na Alemanha nazi. O desencadear da sublevação franquista em Espanha, contra o governo republicano da Frente Popular, à qual Salazar deu todo o apoio - em colaboração com os ditadores alemão e italiano -, incentivou e acelerou a política repressiva do fascismo. Salazar insistia mesmo com aqueles governos que, segundo ele, mostravam algumas hesitações na repressão dos comunistas, pois o comunismo era uma «doença» que se não fosse exterminada acabaria por fazer perigar a «civilização ocidental». O Campo de Concentração do Tarrafal encontrava-se na dependência directa da PVDE e, em última instância, do governo fascista e de Salazar. Ao contrário do que afirmam esses «historiadores», a polícia não actuava à margem da «legalidade fascista», no desconhecimento dos seus chefes máximos. Pelo contrário, Salazar teve um papel directo na definição das orientações e implementação do aparelho repressivo do fascismo. E já em Dezembro de 1933, defendia abertamente a utilização da tortura, apelidada por ele como «safanões a tempo» aplicados a «criaturas sinistras», os presos políticos.
União de Resistentes Antifascistas Portugueses

quinta-feira, 12 de julho de 2007

O apertar do cerco

O afã no apertar do cerco
É ridículo e é grotesco
O governo é «socialista»
Mas o ambiente é pidesco
_
Os bufos estão de volta?
Sou obrigado a estar calado?
Tenho cá a impressão
Que já vi isto em qualquer lado
_
Os comentários jocosos
Sobre cursos de engenharia
Dão direiro a um processo
P`ra castigar a ousadia
_
Estou de tal forma assustado
Que se vejo alguém no poleiro
Trato-o logo por doutor
Ou então por engenheiro
_
Não concordas c`o ministro?
Outra opinião é a tua?
Ah... mas isso é muito grave!
Vais para o olho da rua!
_
Regras do trabalho só são boas
Desde que o patrão as aprove?
Pronto, lá vamos nós regressar
Ao bom século XIX
_
Já te «trataram da saúde»?
Já nem podes ter esperança?
Então vivam os vampiros
Viva a flexisegurança
_
Não regressar ao passado
É preciso e é urgente
O que está a ser chocado
É o ovo da serpente
_
Vamos protestar bem alto
E sair do covil
Nem que seja necessário
Outro 25 de Abril

Joaquim Galrito

Mendes!



_Estátua de ministro de Salazar_


Presidente da Câmara de Coruche, diz ao jornal de Coruche:
"não se deve politizar a questão, mas ver o Homem e a sua obra"
...
Opinião partilhada pelo director do jornal de Coruche

Não se deve POLITIZAR!...

Como dirão os de hoje, "não me lixe", Mendes!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Aquilino, a escrita em acção


Por alguns como um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX.

Aquilino Gomes Ribeiro (Tabosa do Carregal, 13 de Setembro de 1885, — Lisboa, 27 de Maio de 1963) foi um escritor português.

20 de Março de 2007, A Assembleia da República decide homenagear a sua memória e conceder aos seus restos mortais as honras de Panteão Nacional.

Aquilino, a escrita em acção

  • Contos:

A Filha do Jardineiro (1907);
Jardim das Tormentas (1913);
Estrada de Santiago, onde se inclui o Malhadinhas (1922);
Quando ao Gavião Cai a Pena (1935);
Arca de Noé I, II e III (todos de 1963);

  • Romances e novelas:

A Via Sinuosa (1918);
Terras do Demo (1919);
Filhas da Babilónia (1920);
Andam Faunos pelos Bosques (1926);
O Homem Que Matou o Diabo (1930);
A Batalha sem Fim (1932);
As Três Mulheres de Sansão (1932);
Maria Benigna (1933);
Aventura Maravilhosa (1936);
S. Bonaboião, Anacoreta e Mártir (1937);
Mónica (1939);
O Servo de Deus e a Casa Roubada (1941);
Volfrâmio (1943);
Lápides Partidas (1945);
Caminhos Errados (1947);
O Arcanjo Negro (1947);
Cinco Réis de Gente (1948);
A Casa Grande de Romarigães (1957);
Quando os Lobos Uivam (1958);
O Romance da Raposa (1959).
Casa do Escorpião (1963);

"que o escritor realize o mundo de beleza que traz em si, e já é alguma coisa. Quanto ao mais, que seja o que lhe apetecer, desde que não arme em fariseu, e não esteja nunca contra os simples, de braço dado com os trafulhas, nem contra os fracos de braço dado com os poderosos."

Comunidade Internacional


A História

"A história do comunismo, do movimento comunista, é no fundamental, embora num percurso acidentado, a história de uma luta social constante na defesa dos interesses e direitos dos explorados e oprimidos, tendo como objectivo construir uma sociedade nova e melhor, o que implica confiança no ser humano e exclui a crença em formas sobrenaturais, que decidam do seu destino. Os objectivos e a luta dos comunistas hoje são inseparáveis dos objectivos e da luta desde o Manifesto Comunista de 1848. A Igreja católica pouco tem a ver com os primeiros cristãos que eram perseguidos. Aquele aquem se atribui a fundação da Igreja, S. Pedro, foi crucificado e de cabeça para baixo. Quando, alguns dizem que Cristo foi o primeiro comunista, atribuem-lhe ideias e comportamentos com os quais pouco ou nada têm a ver as ideias e os comportamentos da Igreja Católica ao longo dos anos, pois ela se tornou um elemento integrante do feudalismo, e depois do capitalismo, a não ser em alguns dos seus sectores que retomam as melhores ideias e comportamentos atribuídos a Cristo. No movimento comunista e na concretização dos seus objectivos registaram-se, graves situações e fenómenos que se afastaram dos ideais sempre proclamados pelos comunistas. Mas, se se fala em comunismo hoje, eu só compreendo mantendo e defendendo esses ideais e não renegando as grandes realizações e o património de luta de gerações e gerações de comunistas. Os comunistas não têm uma concepção ideológica separada de uma intervenção prática. Ao contrário da Religião, não aceitamos o conformismo e a resignação. Não estamos a lutar por uma concepção; estamos, com uma concepção, a lutar pela solução de problemas concretos da humanidade e por uma transformação da sociedade que os resolva. Estamos cá na terra, com os pés assentes na terra."
Álvaro Cunhal

Venceremos!

Salvador Allende

terça-feira, 10 de julho de 2007

Colômbia: FARC-EP indicam culpados

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (FARC-EP) rejeitam responsabilidades, em comunicado datado de 23 de Junho, na morte dos 11 deputados detidos desde 2002 e afirmam que o sucedido demonstra a falência da política de rejeição de negociações sérias imposta pelo presidente colombiano.Quinta-feira da semana passada, o governo de Álvaro Uribe revelou que, a 18 de Junho, 11 parlamentares presos pelas FARC morreram e apontou o dedo à guerrilha pelo sucedido. No mesmo dia, foi divulgado um texto no qual as FARC revelam o que se passou e sublinham que durante cinco anos protegeram com todos os meios a vida dos deputados, mesmo quando o exército e os paramilitares atacavam acampamentos onde estes se encontravam.Ainda segundo a versão da guerrilha, após meses de movimentações e confrontos promovidos pelas tropas regulares e pelos paramilitares na região, um grupo não identificado lançou uma operação militar contra o quartel onde estavam os sequestrados. Apenas um escapou com vida porque se havia ausentado do grupo, confirmaram as FARC-EP.
  • Tortura é política de Estado

Paralelamente ao destino dos ex-deputados, várias organizações de direitos humanos confirmaram que a tortura é política de Estado na Colômbia.No dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, uma dezena de ONG’s e comités de solidariedade com os presos políticos denunciaram, em Bogotá, que as autoridades «utilizam cada vez mais a tortura como um mecanismo de investigação», sobretudo tendo como alvos dirigentes e activistas políticos, sindicais e estudantis.As organizações apresentaram à imprensa cerca de 40 casos de entre os muitos documentados nos respectivos arquivos. Estima-se que apenas 30 por cento dos episódios de tortura acabem por ser denunciados.

  • Empresa matou três sindicalistas

Entretanto, nos EUA, inicia-se o julgamento da norte-americana de extracção de carvão Drummond, responsável pela morte de três dirigentes sindicais, em 2001 no Norte da Colômbia.Testemunhos de trabalhadores e de um ex-membro da segurança da companhia admitiram recentemente que a Drummond fornecia combustível às Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), e ex-paramiliatres detidos confirmaram que pagamentos desse tipo eram feitos a troco de «protecção» contra militantes e activistas de esquerda, como Valmore Locarno, Víctor Hugo Orcasita e Gustavo Soler.Recentemente, a Drummond negou perante a justiça norte-americana qualquer das acusações, postura igualmente assumida pela multinacional Chiquita num processo idêntico relativo ao financiamento dos paramilitares, mas que não livrou a empresa bananeira de uma multa de 25 milhões de dólares aplicada pelo juiz.

In Avante, Nº 1753 05.Julho.2007





Foto do Ano (Reuters)

Soldados israelitas posam ao lado de corpo de palestino morto