"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Busto do Major Luiz Alberto de Oliveira - Perguntas de um Operário Letrado

Despautérios proferidos pelo Homúnculo Director, do Jornal de Coruche - Editorial, Julho 2007

"Será chegado o dia, em que todos, a bem da Nação, teremos de contribuir para a mudança que cada vez mais se exige."

"Foi isso que Luiz Alberto de Oliveira fez há mais de sessenta anos, revolucionando as condições de vida em Coruche com infraestruturas que ainda hoje usamos"

Perguntas de um Operário Letrado (ao supracitado Director)

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas
Bertolt Brecht

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu acrescentaria
Se os ricos tivessem de construir os palácios onde vivem:Eram eles que,viviam nas barracas,onde vive quem constrói os palácios.
José Manangão

Anónimo disse...

A primeira citação dá arrepios.A bem da nação? Eu não me lembro mas ouvi contar e sei quem é que dizia isso. A bem da nação? Que vergonha! Que vergonha! Nacionalismos reaccionários querem voltar a mostrar-se e, têm até a ousadia de se mostrarem à luz do dia. Se um 25 de Abril não chegou então faça-se outro.

Anónimo disse...

E derrube-se a merda de estátuas que devem ser derrubadas sempre que um regime fascista cair.

Anónimo disse...

É óbvio que esse director do Jornal de Coruche nasceu, politicamente, em 28 de Maio de 1926.
E é igualmente óbvio que morreu em 25 de Abril de 1974.
Se, em Julho de 2007, ainda escreve, é óbvio que se trata de um cadáver adiado.

Pedro Barreirinhas disse...

Fizeste uma síntese perfeita.
Vou guardar!
Para usar mais tarde.

Anónimo disse...

antónio josé, sem duvida, 3 frases perfeitas! "é óbvio que se trata de um cadáver adiado."

Pedro, clip da semana é muito bom a musica é muito boa, ñ conhecia!

o Blog está a ficar muito bom!

fica bem

Adega disse...

Muito bem! Está muito bom o blog. Cadáver adiado:) não conhecia a expressão só... cadáver esquisito. O que tb se aplicaria... face ao despropósito e amálgama forçada de argumentos falaciosos do dito director.