"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

domingo, 31 de julho de 2011

A QUEDA DE UM MITO


As festas do castelo estão à porta.

A azáfama da sua preparação e montagem é já bem visível na vila, uma vez mais os trabalhadores da câmara desdobram-se nos trabalhos de preparação das mesmas, quer na montagem das "tronqueiras”, na organização do cortejo ou nas muitas outras tarefas necessárias para que na tarde de 14 de Agosto tudo esteja apostos para o seu inicio.

Desde 15 de Julho, dezenas de trabalhadores Municipais se vêem na vila a dar o seu melhor para o êxito das Festas do Castelo 2011. Não fora esta participação da Câmara e as festas estariam “comprometidas”.

Porém, é curioso continuar a ouvir o presidente da Câmara e outras “ilustres figuras” coruchenses, insistirem na ideia “peregrina” de que as festas são concebidas, organizadas, montadas e financiadas por uma "comissão de populares".

Mas onde está a “comissão”?

Há dez anos que nos impingem esta mentira!

Há Homens imprescindíveis … !



Manuel Santos Coelho, militante comunista, 64 anos, foi ontem a enterrar.

Partiu ainda com muito para dar ao seu Partido e ao Concelho de Coruche. Homem de carácter como todo o comunista, frontal e leal para com os seus camaradas e adversários políticos. Convicto da justeza dos ideais em que acreditava, nunca esmoreceu, lutava com confiança no futuro, convicto que pela luta dos trabalhadores, será possível construir um mundo melhor liberto da exploração e das injustiças.

Manuel Coelho desempenhou ao longo dos anos vários cargos de relevo concelhio, nomeadamente, vereador da Câmara Municipal 87/89. Nas últimas eleições autárquicas encabeçou a lista da CDU à Assembleia de Freguesia do Biscainho.


Ao Manuel Coelho, assentam bem estas palavras escritas à muitos anos por Brecht:

“Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis”


A LUTA CONTINUA!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

UMA DÉCADA PERDIDA


O Concelho de Coruche com a gestão do partido socialista (que teve inicio em 2002) está mais pobre, mais isolado e mais desertificado.

Nos últimos dez anos regrediu nos principais indicadores sócio económicos, se comparado com os concelhos limítrofes.



Coruche perdeu vários serviços Públicos: 
  • O balcão da Segurança Social, os Bombeiros e posto da GNR no Couço. 
  • Os serviços do Ministério da Agricultura, os açudes da Agolada e Monte da Barca, em Coruche. 


Vamos perder o comboio, perdemos médicos e encerraram escolas, perdemos a construção dos IC10 e IC13 e perdemos cerca de 1500 habitantes segundo os últimos censos.


Onde está o retorno das dezenas de milhões de euros que o PS e D. Mendes dispôs para investir?


Onde foi gasto o nosso dinheiro?



Tal como no país, o PS arruinou o concelho!

sábado, 16 de julho de 2011

Inimputáveis!



Indiferentes ao agravamento da situação económica e social que está a empurrar os nossos concidadãos para uma situação aflitiva para sobreviverem com dignidade, a nossa câmara contínua de forma chocante, a promover acções onde são gastos milhares de euros sem qualquer proveito para a comunidade.


Já anunciam para o fim de Julho mais 5 dias de esbanjamento, "àquilo" a que chamam "Semana da Juventude". Uma vergonha!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O PS, os Negócios e o Pântano


"no PS muita gente, nos últimos anos andou a encher os bolsos ", "os anos de Guterres foram o pântano", afirmações de Mário Soares, hoje, em entrevista à antena 1.

Curiosas afirmações, que não surpreendem! 

Cá em Coruche já tinha-mos dado por isso, pois, uns quantos cá do "burgo " também encheram (e continuam) os bolsos. 
Para isso se passaram para o PS!

O que verdadeiramente surpreende! é ser Mário Soares a dizê-lo, ele que tem no seu histórico uma lista de amizades com alguns dos políticos mais corruptos, notabilizados em negócios escandalosos: Frank Carlucci, Andrés Pérez, Mobutu, etc.


Mário Soares é um dos principais responsáveis pela situação a que o país chegou!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O mundo dos ricos

As firmas Merryl Linch e Capgemini publicam anualmente o World Wealth Report (Relatório sobre a riqueza mundial). De facto, este relatório não é bem sobre a riqueza mundial. É sobre uns quantos que concentram essa riqueza nos seus bolsos.

Dividem-se em duas categorias: os HNWI (high net worth individuals, indivíduos com elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 1 milhão de dólares) e os UHNWI (ultra high net worth individuals, indivíduos com ultra elevado rendimento líquido individual: igual ou superior a 30 milhões de dólares).

A curiosidade destes relatórios reside em perceber para que servem. Uma das conclusões que se tira é de que as firmas relatoras estudam o comportamento dos HNWI e dos UHNWI porque acreditam que daí depende parte do futuro da economia mundial. Mas o que se verifica é que daí dependem, no fundamental, não a economia mas as dinâmicas da especulação (bolsista, imobiliária, financeira, commodities) e os processos de centralização e concentração do capital. Não só não é na economia real que os HNWI procuram assegurar e multiplicar os seus ganhos como parece ser mais fácil descobrir uma correlação entre o que a economia perdeu e o que estes HNWI ganharam.

O relatório confirma que o capital não tem pátria. Os HNWI tendem a investir noutro lado: os asiáticos na Europa, os latino-americanos na Ásia, os norte-americanos na Ásia e na Europa, os europeus na Ásia e na América Latina.

Os HNWI investem em clubes de futebol; em joalharia, pedras preciosas e relógios; em arte e coleccionáveis de luxo. A venda de iates de luxo, de jactos privados, de automóveis de luxo teve uma lamentável quebra em 2009 mas, diz o relatório, apresenta sinais muito animadores em 2010.

Enquanto o produto interno bruto global reduziu 2% e o desemprego global aumentou 14,4% em 2009 (atingindo 211,5 milhões), as fortunas conjuntas dos HNWI e dos UHNWI aumentaram 9,4%. 53,5% do total de HNWI situa-se nos EUA, Japão e Alemanha. 4,5 milhões de HNWI estão nos EUA e no Japão, duas economias em profunda crise.
Parece que em Portugal houve uma quebra no número de HNWI. As duas troikas não deixarão de vir em seu socorro.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Estamos bem entregues …


Observem na foto o nível dos nossos governantes municipais! Em calção numa reunião da câmara no salão nobre dos paços do concelho. Uma vergonha!


Cromos! Já bastava o de Santana!

ENTRE_SONS (84)

Sérgio Godinho - "Os Demónios de Alcácer Quibir"

O VIÉS DE CLASSE DESTA OPÇÃO FISCAL

Chama-se renda ( rent, em inglês) aos ganhos obtidos pelos detentores de determinados privilégios (exemplos: propriedade da terra, de PPPs, de títulos da dívida pública, de concessões de estradas portajadas ou de portos e aeroportos, etc). As rendas não correspondem ao trabalho efectuado pelos seus beneficiários. Elas devem ser contrapostas aos rendimentos do trabalho (exemplos: salários ou lucros de empresários produtivos). Os rendimentos do trabalho são ganhos merecidos, ao passo que as rendas não o são.

A distinção entre ganhos merecidos e não merecidos tem todo o interesse em matéria de política fiscal. Tributar a propriedade e a riqueza é uma medida louvável pois reduz o grau de desigualdade da sociedade, tornando-a menos injusta. Tributar o trabalho é o caminho para o depauperamento do tecido social, a redução do rendimento disponível da população e, em última análise, uma medida recessiva. Mas foi este o caminho escolhido pelo governo do sr. Passos Coelho ao anunciar em sede de IRS um extra de 50% sobre o equivalente ao 13º mês dos assalariados (subsídio de Natal) e dos profissionais precários que emitem recibos verdes (metade de 1/14 avos do rendimento anual dos mesmos). Uma opção de classe contra o trabalho e a favor dos rentistas.

Do lado das receitas, muitas outras opções haveria para atingir os mesmos objectivos (exemplos: tributar transferências financeiras, o off-shore da Madeira, as grandes fortunas, etc). Mas convém não esquecer que a promessa eleitoral do governo era actuar sobretudo do lado da despesa. Mudaram-se os tempos (só 15 dias), mudaram-se as vontades... 

domingo, 3 de julho de 2011

Portugal pode deixar de falhar?

Na tomada de posse do Governo o Presidente proclamou que “Portugal não pode falhar” e o PM respondeu “sei que Portugal não falhará”.

Ficam-lhes bem estas manifestações de voluntarismo. Mas receio que a questão realista seja a de saber se Portugal pode deixar de falhar, com a receita prevista.

Socorramo-nos do relatório da Missão do FMI. Até 2013 o défice público baixará para 3% do PIB, com a parcela dos juros a quase duplicar. À custa de enormes sacrifícios sociais: desemprego a ultrapassar os 13%, salários reais a decrescerem 7% e o consumo privado a retrair-se 9,5%. As dívidas pública e externa pularão para os 115% e 123% do PIB. O investimento privado cairá mais 7% e o PIB diminuirá cerca de 3%. Cereja no bolo, apesar da redução dos custos salariais a competitividade (medida pela taxa de câmbio efectiva real) continuará a degradar-se!

Em suma, aquele voluntarismo olvida a questão de fundo sem cuja resolução não há hipóteses de melhorar. Questão que é colocada no primeiro ponto do relatório da Missão: “os desequilíbrios económicos de Portugal têm aumentado consideravelmente desde a sua entrada na área Euro”. Sublinhando depois que recuperar a competitividade com a moeda única será indubitavelmente difícil.

É este o nó górdio do futuro, do falhar ou não falhar. O baixo crescimento é o problema fundamental e está intrinsecamente relacionado com o Euro. Ou as normas e prioridades da Zona Euro e do Euro mudam substancialmente ou seremos obrigados a abandoná-los. Com custos pesados, mas que ao menos mostram luz ao fundo do túnel.

Ignorá-lo será contribuir para a concretização da “profecia” de Paul Samuelson: “rezem para que no novo século os livros de história económica não relembrem a experiência do euro como um erro trágico”.