"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Em nome da crise

O que parece nem sempre o é. Depois de meses a fio de porfiada negação da crise e das dificuldades que a sua própria política gerava e avolumava, Sócrates mudou no registo. Com o virar do ano a recessão é já admitida como possível e as dificuldades que esperam o País tidas como inevitáveis. Para os que mais ingenuamente alimentassem a expectativa de que por ali houvesse irrompido uma súbita e iluminada contrição, a ilusão não teve tempo de ganhar forma.
Aos ajustes discursivos não se acrescentam mudanças na intenção e objectivo: persistir nas mesmas políticas. Já não em nome do défice, mas agora da crise. O paraíso prometido ali mesmo ao fundo daquela curva que a penosa travessia a que os portugueses foram sujeitos para pôr «as contas públicas na ordem», esfumou-se. À luz do novo discurso governativo aquilo que era já o não é. Ao que parece, restaria o consolo, a acreditar na explicação do primeiro-ministro, de os sacrifícios impostos aos que trabalham virem a ser creditados agora não na parcela dos ganhos de quem foi chamado a fazê-los, mas numa outra parcela de perdas, que não deixando de ser a mesmíssima de sempre, se apresentaria agora providencialmente atenuada pela ordem posta nas contas. Os tempos seriam agora, na estratégia do Governo, de abrir um novo ciclo de sacrifícios, construído na base de um resignada aceitação da crise e destinado a assegurar uma maior impunidade na imposição de novas dificuldades, mais exploração e mais avolumadas injustiças. Sob o novo manto das dificuldades impostas pela crise agora descoberta pelo governo, germinam já novas linhas de ataque a direitos e habilidosas formas de apoio à acumulação de riqueza. Os quatro mil milhões de euros que os principais grupos económicos apresentam de lucro nos primeiros nove meses de 2008, dizem quase tudo sobre a crise, as dificuldades e os sacrifícios. E sobretudo sobre a natureza da política e as opções de classe que o actual Governo agora confirmou ser sua intenção prosseguir, na medida que a luta e a resistência dos trabalhadores e do povo o permitir.

ENTRE_SONS (9)

Zeca Afonso - "Traz Outro Amigo Também"
(videoclip)


Isto vai voltar_

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

"Para que não se esqueça"

O VELHO SONHO

Previsível, Mário Soares retoma, no DN de 29/1, o seu velho sonho de «quebrar a espinha à Intersindical».Fá-lo repetindo o discurso velho de mais de três décadas e trilhando os mesmíssimos caminhos de então – e, como então, tendo sempre o PCP como alvo.Lá vem todo o palavreado clássico, desde as «novas realidades» à «correia de transmissão», passando pela «cartilha stalinista» e pela «cabeça enterrada na areia»; lá vêm as usuais manipulações dos factos; lá vêm, bolsadas pela usual ausência de pudor, as falsidades boçais e provocatórias, género: «os comunistas querem excluir da CGTP os sindicalistas que não pertençam ao partido», etc, etc, etc.Enfim, é Soares igual a si próprio: provocador com décadas de experiência, demagogo assumido, mentiroso que sabe estar a mentir – e desvendando, talvez sem disso se aperceber, que os seus reais objectivos, coincidem, hoje como no passado, com os do grande capital.
Não surpreende, por isso, que, sobre o Movimento Sindical Unitário, ele escreva e sonhe, hoje, o que escrevia e sonhava há 33 anos.
Soares adoptou há muito, como meio de vida, a defesa do capitalismo explorador e, como maneira de estar na vida, o anticomunismo visceral.Assim, a força organizada dos trabalhadores constituiu sempre, para ele, o mais poderoso obstáculo à concretização dos seus desígnios.
Na memória de milhões de trabalhadores portugueses, permanece imperecível o papel de Soares na liderança da contra-revolução: o seu ódio e o seu ataque às conquistas de Abril; as santas alianças com a direita e a extrema-direita - que não se eximiram de recorrer ao terrorismo bombista quando o acharam necessário, sempre com abundantes apoios políticos e financeiros do capitalismo internacional; a política de direita que ele iniciou em 1976 – política de recuperação capitalista, agrária e imperialista que, no desrespeito da Constituição, desencadeou o processo de privatizações, a ofensiva contra a Reforma Agrária e o brutal ataque aos direitos dos trabalhadores: política a que os sucessivos governos PS(D) têm dado a devida continuidade devidamente aplaudida por Soares. Recorde-se que o actual código do trabalho tem as suas raízes essenciais na política anti-laboral iniciada por Soares em 1976: os despedimentos sem justa causa, os salários em atraso, o congelamento de salários e os brutais aumentos do custo de vida, a precariedade, as limitações ao direito à greve, o ataque à contratação colectiva, a repressão nas empresas, o ataque à organização sindical, as perseguições e despedimentos de dirigentes e activistas sindicais e de membros de CT’s – tudo isto teve início nos governos Soares que, assim, está ligado a tudo o que de pior aconteceu aos trabalhadores portugueses após o 25 de Abril.
Soares foi o actor principal da ofensiva visando enfraquecer, dividir e liquidar a Intersindical, força organizada dos trabalhadores portugueses que tem constituído uma poderosa barreira aos desígnios exploradores e opressores do grande capital. E são conhecidas as derrotas sucessivas que sofreu nessa tarefa.
A «Carta Aberta» (anunciada em 26/4/76) - primeira grande tentativa organizada de liquidar a CGTP e que teve em Soares o seu principal mentor – foi um fracasso. E Soares viu-se obrigado a pedir mais ajudas e mais apoios: encontrou-os onde era de esperar: na direita e na extrema-direita nacionais e nas centrais internacionais do divisionismo sindical.Essas tentativas de enfraquecimento e divisão do movimento sindical caminharam a par e passo com a ofensiva contra as conquistas da revolução de Abril, iniciada pelo governo PS/Soares, sempre fortemente apoiado política e financeiramente pelo capitalismo internacional, pelo patronato e pela reacção.
São conhecidas as ingerências de centrais sindicais internacionais, pela mão de Soares, na vida sindical portuguesa: a CISL, com o seu «escritório» montado em Lisboa logo a seguir ao 25 de Abril e com os seus «seminários de formação sindical»; a norte-americana AFL-CIO, que aqui começou a trabalhar logo a 27 de Abril de 74 (reunindo clandestinamente com quem Soares muito bem sabe) e que, a dada altura, informava no seu jornal, num linguajar nada sindicalista mas muito político, que «houve conversações em Washington com as lideranças dos dois mais importantes partidos políticos portugueses»; que «se estabeleceram contactos com o movimento sindical português»; que «sindicatos e partidos políticos não comunistas da Europa ocidental têm estado activos em Portugal a fim de corrigir as distorções» a que o movimento sindical fora submetido pelos comunistas - e a AFL-CIO garantia uma «ajuda sem limites» ao divisionismo sindical em Portugal. Via Mário Soares, obviamente.
Depois foi – é Soares quem o diz - «a criação da UGT, com base num acordo político entre PS e PSD, negociado por Sá Carneiro e por mim» e «onde a grande figura, por parte do PS, seria Maldonado Gonelha».
Ao longo dos tempos, foi objectivo de Soares liquidar o MSU português, amarrá-lo às centrais internacionais do divisionismo sindical e transformá-lo, de facto, numa correia de transmissão dos interesses do grande capital – sempre ao som da monocórdica cantilena da «liberdade sindical».
Ao longo dos tempos, os trabalhadores portugueses, organizados na sua central de classe, derrotaram clamorosamente esse objectivo de Soares, mostrando-lhe que o conteúdo fundamental da liberdade sindical é a liberdade de os trabalhadores decidirem, com completa independência, sobre a sua organização, direcção e orientações.Só um despudor total e absoluto pode levar uma pessoa com o currículo acima resumido a escrever o que Soares escreveu no DN de 29/1.Mas o texto – com os seus 33 anos de idade - é o exemplo mais evidente do fracasso dos objectivos do seu autor. Um fracasso que, mais uma vez, se repetirá.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Que nome devemos dar, a quem não cumpre o que promete???

SÓCRATES (Primeiro Ministro. PS), prometeu:

150 Mil novos empregos;
Não aumentar os impostos;
Aumentar as reformas e pensões;

Referendar o Tratado Europeu;


Dionísio Mendes (Presidente da Câmara de Coruche. PS), prometeu:

Um parque de Negócios;
Uma Sede para “O Coruchense”;
Uma Sede para a “S.I.C.”;
Um Pavilhão Desportivo para a escola secundária;
Acabar com as barracas em Sto. Antonino;
Uma nova biblioteca;
Um novo Quartel dos Bombeiros;
Rigor e transparência na Gestão;



Aceitam-se sugestões!

“Favor com Favor se paga”

(O Mirante)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Sem Comentários!!!

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A reacção do boçal director à derrota da sua “petição” !

«O rosto da petição para reposição do busto, Abel Matos Santos, diz que venceu a “ignorância, o medo e a mentira”, a propósito da votação de dia 18. O director do Jornal de Coruche lembra que se falou durante três horas acerca de Salazar e apenas 20 minutos sobre o major. Uma ligação que considera ser intelectualmente falaciosa pelo facto de o major Luís Alberto Oliveira ter sido afastado por Salazar por conspirar contra ele. “Ficará conhecido como um sem abrigo, proscrito pela ditadura e incompreendido pela democracia”, argumenta Abel Santos. Para si não faz sentido voltar ao assunto e deve-se respeitar a decisão da assembleia municipal, lembrando que haverá oportunidades de futuro. » (O Mirante)
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Arrumada a questão, com um rotundo NÃO ao Fascismo!!!

O Catatónico director mais o seu amigo presidente da câmara, foram derrotados.
Não haverá reposição do busto do Ministro de Salazar, a derrota da “petição” que mais não era que um embuste, promovida pelo Jornal de Coruche e apoiada pelo Presidente da Câmara, foi consumada na Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007.

Para a derrota daqueles que pretendiam repor na praça da liberdade em Coruche um símbolo do fascismo, contribuíram decisivamente os 13 eleitos da CDU.

Viva Coruche!
Viva o 25 de Abril!
Fascismo Nunca Mais!