"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Golpes Baixos

A campanha de provocações e calúnias que se desenvolveu contra o PCP na sequência dos incidentes do Martim Moniz deu largas ao mais primário anticomunismo, que é - invariavelmente como a História o demonstra - expressão concreta de intolerância, sectarismo, tentativa de divisão dos trabalhadores e ataque directo à democracia.
O regozijo pela possibilidade de «bater» no PCP foi evidente nas infindáveis horas de propagação de mentiras em alguns órgãos de comunicação social, com destaque para a RTP, e nas tão provocatórias como ridículas palavras de Vital Moreira reivindicando a «sua Marinha Grande» ou afirmando que «As "brigadas Brejnev" (…) resolveram ontem fazer das suas»(1). José Sócrates também explorou o filão: «Foram os militantes do Partido Comunista que insultaram os dirigentes do PS». «uma vergonha para a democracia», concluía, dando corpo à verborreia de Vital Moreira do «desprezo [do PCP] pela democracia liberal»(2). Já Miguel Portas, lesto na demarcação, optou por usar o termo «sectarismo» com que invariavelmente brinda as sua «profundas» análises ao PCP para classificar os incidentes, numa clara tentativa de identificação partidária do sucedido.
Já Daniel Oliveira, tão destacado membro do Bloco de Esquerda como papagaio do PS, referia no seu Blogue: «este tipo de comportamento (…) corresponde a um ambiente cada vez mais crispado com tudo o que não seja PCP (…). E ele é alimentado por esta direcção do partido, a mais sectária que o PCP teve desde o 25 de Abril(3).
Ora, parece agora, que quem chamou traidor a V.M. não foi propriamente um «arruaceiro e sectário comuna». A frase de D.O. «“Não é por acaso que o insulto que Vital Moreira mais ouviu foi o de “traidor”(4)» adquire neste contexto um especial significado. Esperamos sinceramente que o perceba. Será um primeiro passo na aprendizagem do que é unidade dos trabalhadores e do quanto injustiçados se sentem. E podem D.O., e outros, sossegar. O PCP não usará contra eles os golpes baixos e a «vozearia» de que foi alvo. Apenas continuaremos a exigir o justo e devido pedido de desculpas ao PCP. Caso contrário será «uma vergonha para a democracia» e um profundo sinal de «sectarismo».
_________
(4) Idem

1 comentário:

Anónimo disse...

Já todos conhecemos que manter coerência, firmeza , responsabilidade e um compromisso coerente de defesa dos direitos do povo português não é para todos. Mas o PCP tem honrado esse compromisso, todos o reconhecem, daí o desespero de manobrar e por na lama o seu bom nome semtre que haja oportunidade e oportunismo.
Viva o PCP.