"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

sábado, 19 de novembro de 2011

EFICÁCIA

Um comunista nunca fala de ódio.
Palavras que não leva para casa:
vingança, violência, lucro, promoção,
destruição, solidão, desprezo, ira.

Por simples eficácia:
nada de peso inútil sobre os ombros.


Mário Castrim

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Por tempo indeterminado

A União Europeia tem sido construída, do início até agora, num processo de permanentes atropelos aos princípios democráticos e no qual os povos não são ouvidos nem achados para nada.

Melhor dizendo: se os povos estiverem predispostos a dizer «sim» aos intentos dos «construtores», tudo bem: vamos lá ouvi-los e decidir «democraticamente»...; se há indícios, ainda que ténues, de a resposta ser um «não», aí a coisa fia mais fino e então os «construtores» avançam sem ouvir ninguém –

Lembramo-nos do que aconteceu com o Tratado Porreiro, pá!: quando se pensava que toda a gente o iria aprovar e aplaudir, todos os «construtores» juravam que ia haver referendo – «para que fosse dada a palavra ao povo», «para que o povo expressasse democraticamente a sua opinião»:blá-blá-blá…

Contudo, mal se aperceberam que as coisas podiam dar para o torto – isto é que os povos talvez votassem «não» – meteram os travões às quatro rodas e… não há referendo para ninguém.

Porquê? Eles, desavergonhadamente, confessavam: «porque o “não» vai vencer»…

E o Tratado foi aprovado… «democraticamente» – a confirmar que para estes «democratas», eleições sim, mas só se tiverem a vitória previamente assegurada.

Exemplos semelhantes de desrespeito e afronta à democracia há-os aos centos, para todos os gostos e feitios e capazes de agradar a todos.

E, sendo a União Europeia um projecto todo concebido e executado à medida exacta dos interesses do grande capital, não só não surpreende que assim seja, como é mister dizer-se que de outra forma não poderia ser.

Agora, com a «crise», estes «democratas» estão a exibir uma nova faceta do seu conceito de «democracia»: a Grécia bateu no fundo?: pronto: os «construtores» ordenam que se forme um novo governo para o qual designam, desde logo, um primeiro-ministro escolhido por eles; a Itália está a afundar-se?: pronto: aí está um primeiro-ministro da confiança dos «construtores» pronto para a função – e mais o que adiante se verá…

E o tão badalado «sufrágio universal, pilar da democracia»?

Bom, esse, para já, fica de molho. Por tempo indeterminado.

Contra a exploração e o empobrecimento!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ENTRE_SONS (91)

Três Cantos - "Eu Vi Este Povo A Lutar"

Entrevista a Luís Bento, professor da Universidade Autónoma de Lisboa



«Luís Bento classifica como “um perfeito disparate” a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2012, porque aprofunda o empobrecimento do país e não dá esperança.  (...) considera ser perigoso a falta de perspetivas e estímulo ao desenvolvimento económico.» Antena 1


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A coisa Berlusconi

Não vejo que outro nome lhe poderia dar. Uma coisa perigosamente parecida a um ser humano, uma coisa que dá festas, organiza orgias e manda num país chamado Itália. Esta coisa, esta doença, este vírus ameaça ser a causa da morte moral do país de Verdi se um vómito profundo não conseguir arrancá-la da consciência dos italianos antes que o veneno acabe por corroer-lhes as veias e destroçar o coração de uma das mais ricas culturas europeias. Os valores básicos da convivência humana são espezinhados todos os dias pelas patas viscosas da coisa Berlusconi que, entre os seus múltiplos talentos, tem uma habilidade funambulesca para abusar das palavras, pervertendo-lhes a intenção e o sentido, como é o caso do Pólo da Liberdade, que assim se chama o partido com que assaltou o poder. Chamei delinquente a esta coisa e não me arrependo. Por razões de natureza semântica e social que outros poderão explicar melhor que eu, o termo delinquente tem em Itália uma carga negativa muito mais forte que em qualquer outro idioma falado na Europa. Foi para traduzir de forma clara e contundente o que penso da coisa Berlusconi que utilizei o termo na acepção que a língua de Dante lhe vem dando habitualmente, embora seja mais do que duvidoso que Dante o tenha utilizado alguma vez. Delinquência, no meu português, significa, de acordo com os dicionários e a prática corrente da comunicação, “acto de cometer delitos, desobedecer a leis ou a padrões morais”. A definição assenta na coisa Berlusconi sem uma prega, sem uma ruga, a ponto de se parecer mais a uma segunda pele que à roupa que se põe em cima. Desde há anos que a coisa Berlusconi tem vindo a cometer delitos de variável mas sempre demonstrada gravidade. Além disso, não só tem desobedecido a leis como, pior ainda, as tem mandado fabricar para salvaguarda dos seus interesses públicos e particulares, de político, empresário e acompanhante de menores, e quanto aos padrões morais, nem vale a pena falar, não há quem não saiba em Itália e no mundo que a coisa Berlusconi há muito tempo que caiu na mais completa abjecção. Este é o primeiro-ministro italiano, esta é a coisa que o povo italiano por duas vezes elegeu para que lhe servisse de modelo, este é o caminho da ruína para onde estão a ser levados por arrastamento os valores que liberdade e dignidade impregnaram a música de Verdi e a acção política de Garibaldi, esses que fizeram da Itália do século XIX, durante a luta pela unificação, um guia espiritual da Europa e dos europeus. É isso que a coisa Berlusconi quer lançar para o caixote do lixo da História. Vão os italianos permiti-lo?


sábado, 12 de novembro de 2011

Mais de 180 mil trabalhadores da Administração Pública manifestam-se contra o roubo dos salários e direitos


Mais de 180 mil trabalhadores da Administração Pública manifestaram-se, esta tarde, em Lisboa, contra o corte nos subsídios de férias e de Natal na função pública, contra a ofensiva de destruição dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. 

Os trabalhadores da administração pública demonstraram, mais uma vez, estarem na luta contra o pacto de agressão e que o êxito desta acção é um bom indicador para o sucesso da Greve Geral de 24 de Novembro.