"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Eles roubam tudo...

Roubar é a sua profissão: eles roubam, roubam, roubam...

Roubam todos os dias e a todas as horas; roubam nos dias úteis e nos dias inúteis; roubam nos domingos, nos feriados e nos dias santos; roubam enquanto dormem e roubam quando estão acordados.

Eles roubam, encapotados, congelando salários e reformas, e roubam, sem máscara, subsídios de Natal a trabalhadores e reformados.

Eles roubam, à mão armada, o direito ao emprego aos jovens e roubam, a tiro, aos idosos, o direito à dignidade, condenando-os a reformas de miséria.

Eles roubam, em quadrilha, o direito ao pão a milhões e, sempre em quadrilha, concedem-lhes o direito à caridadezinha ultrajante e anti-humana.

Eles roubam direitos laborais e roubam direitos humanos fundamentais aos cidadãos.

Eles roubam serviços públicos essenciais, roubam o direito à saúde, à educação, à habitação – e roubam o direito à felicidade.

Eles roubam, roubam, roubam...

Eles roubam aos que trabalham e vivem do seu trabalho.

Eles roubam aos que já trabalharam e ganharam, com trabalho, o direito a uma velhice digna.

Eles roubam o emprego aos que querem trabalhar, pondo-lhes à frente espessos muros.

Eles roubam, roubam, roubam...

Eles roubam ao País a sua independência e, rastejantes, levam o roubo à boca dos grandes e poderosos da Europa e do mundo, aos quais lambem as mãos.

Eles roubam Abril – a democracia, a liberdade, a justiça social, a soberania nacional, a Constituição, o futuro – e semeiam sementes do passado que Abril venceu.

Eles roubam, roubam, roubam...

Roubar é a sua profissão.

E, quais robins dos bosques de patas para o ar, roubam aos pobres para dar aos ricos – e enchem, com o roubo, os cofres das grandes famílias, dos exploradores, dos vampiros parasitas.

E se alguém se engana com o seu ar sisudo e lhes franqueia as portas à chegada, eles roubam tudo e não deixam nada.

E poisam em toda a parte: poisam no governo e na presidência da República; poisam nas administrações das grandes empresas públicas e privadas; poisam nos bancos falidos fraudulentamente e nos bancos que, fraudulentamente, levam à falência as pequenas e médias empresas.

Poisam nos prédios, poisam nas calçadas...

A luta os vencerá.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Futilidades Caras! para os cofres da Câmara


Para "analisar" duas pedras de carvão, descobertas nas escavações nas "Casas Novas", a Câmara de Coruche vai pagar 1. 592,14 Dólares (1100 euros) ao "laboratório Beta Analytic" da Florida (EUA).

Esta brilhante decisão foi tomada na última reunião de Câmara pela maioria socialista.

Crise?

Isso é só para alguns. Por cá continua-se a esbanjar como se vê!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"O Mirante": futilidades ou a falta de decência

O jornal do J.A.E. desceu a um nível tão baixo que está no nível "lixo". Há meses que nos vem brindando com aquelas ridículas informações sobre os aniversários das várias "figurinhas " ou "figurões" da região, endossando-lhes os respectivos parabéns, uma palhaçada.

Já noticiar assuntos sérios e relevantes do ponto de vista político e social, não é tão habitual, sobretudo, quando as notícias não são simpáticas para os amigos de JAE.

A propósito, porque não noticiou ainda "o Mirante" a condenação do Presidente da Câmara Municipal de Coruche por difamação do "Moreira", através de sentença judicial do tribunal de Coruche!?

Não é estranho?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As "tricas" no PS Coruchense

Na reunião da Câmara, realizada esta tarde, estalou o verniz entre os socialistas quando Filipe Justino, eleito na Assembleia Municipal e ex-presidente do PS local, acusou a maioria socialista na câmara de ser responsável pela situação de aumento do número de roubos e da insegurança que se vive na Azervadinha.

Segundo Justino, a responsabilidade é da Câmara socialista que tem permitido, por inacção, que os residentes de etnia cigana tenham triplicado nos últimos anos. 

Filipe Justino acusou ainda a Câmara socialista de ser a responsável pela saída dos jovens da Azervadinha, pelo facto de não haver uma política municipal que os incentive a fixarem-se, nomeadamente, com a criação de um loteamento municipal.

Justino disse ainda que a Azervadinha é hoje uma terra de velhos.


Será que Justino "se passou"?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os pontos nos is

Paulatinamente, ao ritmo de uma medida por semana, vem o actual Governo implementando um conjunto de medidas com que se pretende restringir drasticamente direitos sociais e direitos laborais, juridicamente garantidos, conquistados ao longo de muitas décadas.
Há duas semanas foi o imposto sobre o 13.º mês (50%), a semana passada foi o aumento de 15% do preço dos transportes públicos, esta semana o pacote laboral.
Estas decisões apresentadas como inapeláveis, e onde começam a surgir tenuamente tiques ditatoriais (veja-se a posição assumida pela presidente da Assembleia da República sobre o direito de parecer das organizações dos trabalhadores na discussão do pacote laboral), são-nos apresentadas como consequência da situação económica do País que, dizem, não comporta os custos desses direitos.
Como inserir neste discurso o vencimento do agora nomeado presidente da CGD que vai auferir mensalmente mais de 46 salários mínimos?!! O princípio de que o País não comporta determinados custos não se aplica aqui?
O desfasamento entre os salários dos trabalhadores portugueses e o custo de vida cresce exponencialmente tornando-se incomportável e insuportável para a maior parte da população. Inversamente, até ao momento, não foi apresentada uma única medida que penalize o capital.
Aliás, esta medida de um aumento brutal do preço dos transportes visa, essencialmente, sanar as empresas públicas de transportes das dívidas existentes para depois as privatizar. Ou seja: aqui vamos todos fazer mais um esforçozinho para dar uma ajuda ao capitalismo a braços com uma crise que ele próprio criou.
Esta crise não é nossa – é uma crise do capitalismo que, «democraticamente» nos impõem que paguemos.
Estas decisões fazem lembrar uma frase atribuída ao ditador Salazar, que continua bem vivo na memória colectiva do nosso povo – um dia perante uma decisão que apenas penalizava os mais pobres, alguém o questionou pelo facto de os ricos não serem afectados, ao que ele terá respondido «os pobres são muitos e já estão habituados».
Ao poder político aqui fica o recado – o povo português jamais aceitará ser de novo tratado da mesma forma.

Aurélio Santos