"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Todos, sem excepção


Muitos são os ex-governantes que, nos últimos tempos, têm aparecido a disparar contra o actual Governo. Lendo-os ou ouvindo-os, dir-se-ia que os governos que integraram nada têm a ver com o estado de desgraça a que o País chegou – e até parece que defendem, agora, uma política de sentido oposto àquela que esses governos praticaram. Nada mais falso: todos eles, enquanto ex-governantes, têm gravíssimas responsabilidades na situação existente e todos eles continuam a defender a política de direita que afundou Portugal. Todos, sem excepção.

Nunca é demais relembrar que a trágica situação em que Portugal está mergulhado decorre dessa política de direita, praticada pelos sucessivos governos que, desde 1976, têm desgovernado o País: governos PS, governos PSD, governos PS/CDS, governos PS/PSD e governos PSD/CDS. Ou seja: governos que, à vez, cada um cumprindo o respectivo turno de serviço, levaram por diante a aplicação da mesma política de direita devastadora dos interesses de Portugal e dos portugueses e ao serviço dos interesses do grande capital; governos da troika nacional, nos quais participaram, nalguns casos com responsabilidades máximas, todos esses ex-governantes que agora se exibem como se não fosse nada com eles.

Recorde-se que, de há dois anos a esta parte, a troika nacional passou a receber ordens directas da troika ocupante – e recorde-se que todos esses ex-governantes saudaram efusivamente a assinatura, pelas duas troikas, do pacto de agressão. Todos, sem excepção.

Disparando sobre o super-desacreditado Governo Passos/Portas, esses ex-governantes – todos, sem excepção – estão de facto, a defender a política de direita.

Mário Soares está entre os mais assanhados desses atiradores. Como não podia deixar de ser…

Pai da política de direita – ou seja: inimigo feroz da revolução de Abril, dos seus valores e das suas conquistas; chefe assumido da contra-revolução; servidor fiel de todos os carlucci do planeta; homem de mão do capitalismo nacional e internacional; vendedor da banha-da-cobra da «Europa connosco»… – Soares é o maior responsável pela desgraça que pesa sobre Portugal e os portugueses.

A história não o absolverá.


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