"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

domingo, 29 de abril de 2012

Isto vai, meus amigos, isto vai

A nossa luta é difícil. Nem de outra forma poderia ser, sabendo-se a força de que dispõem, e os métodos a que recorrem os inimigos dos trabalhadores e do povo – esses que, revezando-se em sucessivos governos ao longo de 36 anos, tudo têm feito para liquidar Abril e as suas conquistas.

Na verdade, trata-se de gente perigosa, gente que, abusando do poder alcançado em eleições de democraticidade cada vez mais duvidosa, ignora, despreza e rasga a Lei Fundamental do País e, assim, faz aprovar leis ilegais, que ferem os mais elementares direitos humanos; gente que rouba direitos aos trabalhadores e aos cidadãos; que rouba nos salários, nas pensões e reformas, nos subsídios; que rouba o direito à Saúde, à Educação e ao emprego; que nos rouba o pão nosso de cada dia.

Trata-se de gente que dá luz verde ao grande patronato para, no interior das empresas, fazer o que quer em matéria de exploração, ameaças, chantagens, represálias, repressão, criando um ambiente que, em muitos aspectos, só tem paralelo no tempo que em Abril, Abril venceu.

Trata-se de gente que mente com mais dentes do que os que tem na boca e faz da mentira um modo de ascender ao poder e de governar, gente que meteu o brio patriótico na mais funda de todas as gavetas e trata a independência nacional como uma mercadoria em saldo.

E dizem-se democratas, todos. Todos: os que ora estão no governo, ora fingem ser oposição; e os que ora fingem ser oposição, ora estão no governo. Alguns, dizem-se, até, de esquerda e põem cravo vermelho ao peito no 25 de Abril.

É por tudo isto, porque lutamos contra gente desta que a luta é difícil.

Por isso, é preciso coragem, muita coragem, para os enfrentar e derrotar. E muita confiança. Porque o futuro é nosso.

No seu poema O Futuro, diz-nos o Zé Carlos que depois da tempestade há a bonança/que é verde como a cor que tem a esperança/quando a água de Abril sobre nós cai/O que é preciso é termos confiança/se fizermos de Maio a nossa lança/isto vai, meus amigos, isto vai.

E assim será: com Abril na nossa memória, com a força de Maio nos nossos braços e com a confiança de quem sabe que com a luta tudo se consegue, isto vai, meus amigos, isto vai.

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