Em entrevista ao Público, publicada na segunda-feira da semana passada, a líder do CDS-PP e tristemente célebre ex-ministra da Agricultura do governo PSD/CDS-PP admitiu que o «assunto BES» nunca foi discutido «em profundidade em Conselho de Ministros». E até terá recordado que estava de férias quando foi aprovado o decreto-lei da resolução do BES pelo que nem conhecia os dossiers.
Ou seja, a mesma que tempos antes tinha elogiado Paulo Núncio pela elevação de carácter nas trocas e baldrocas em que foi pródigo sobre as vistas grossas do governo (PSD/CDS) relativamente aos dez mil milhões de euros de evasão fiscal, entre 2011 e 2014, vinha assim a público alijar responsabilidades (suas e do seu Partido) no escandaloso caso dos offshores atribuindo-as inteirinhas ao ex-primeiro ministro de então.
Ora, sentindo-se atingido pelo acto traiçoeiro da ex-parceira de coligação, o líder do PSD terá afirmado, segundo a Lusa, que o seu governo não discutiu em Conselho de Ministros casos do sistema bancário «em concreto», porque essa era função do supervisor, mas garantiu que houve «atenção particular» às matérias do sistema financeiro.
E jurou a pés juntos que «no que respeita ao Conselho de Ministros, nunca mas nunca nenhum ministro deixou de exprimir as opiniões que entendesse relevantes ou suscitar as matérias que pudesse achar da maior relevância, nunca nenhum ministro poderá dizer que não discutiu aquilo que achasse relevante discutir».
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades é o aforismo popular para este tipo de atitudes.
A mesma sabedoria que também afirma que a mentira só dura enquanto a verdade não chega. E a verdade é que o PSD e o CDS são responsáveis por este escândalo. E sucessivos governos da política de direita pela existência de offshores e pela gigantesca evasão e fraude fiscal permitida ao longo de anos e anos ao grande capital.
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