"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um êxito notável

Vivemos um tempo de domínio férreo do capitalismo, em que este, no plano nacional, através do seu exército de propagandistas mercenários, não se cansa de decretar o «fim do PCP» - seu objectivo maior - ao mesmo tempo que recorre a todos os muitos e poderosos meios de que dispõe para que o decreto se cumpra.
Uma intensa ofensiva ideológica difunde – todos os dias, de todos os meses, de todos os anos – uma imagem falsificada do PCP, do seu projecto e da sua prática, diabolizando o comunismo, espalhando mentiras e calúnias, numa teia de desinformação organizada com a qual alimenta velhos preconceitos anticomunistas – daqueles que vêm ao de cima na altura do preenchimento do boletim de voto… Por tudo isto, pode dizer-se que, para os comunistas, em qualquer eleição, não baixar a votação é só por si um êxito.
Se a votação não só não baixa como até cresce, então estamos perante um êxito notável.
Foi isso que aconteceu no domingo.
Crescemos: no número de votos, de deputados e na percentagem. Crescemos menos do que desejávamos, é verdade. E muito menos do que merecíamos, sem dúvida - o que merecíamos tem a ver com a forte campanha eleitoral que milhares de camaradas e amigos souberam construir; mas tem a ver, essencialmente, com a luta que travamos - todos os dias, de todos os meses, de todos os anos - em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País. É essa luta que eles não nos perdoam – porque é essa luta que gera e faz crescer a força dos comunistas.
Quanto ao merecimento, é sabido que eleições em regime de democracia burguesa fogem a contemplar tal coisa. Os donos do sistema tudo fazem para evitar que o merecimento devido seja factor de opção de voto: por isso eles programaram as coisas de modo a que o voto seja prémio da «ordem natural das coisas» que há séculos elegeu a exploração como merecimento exclusivo…
Daí que o sistema tenha transformado, ao longo dos tempos, aquilo que foi um direito conquistado pela luta dos explorados – o direito ao voto – numa espécie de salvo-conduto para a exploração.
Daí que, para os comunistas, subir, mesmo que pouco, em eleições destas seja mesmo um êxito notável.
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1 comentário:

FRANCISCO disse...

VIVA A MONARQUIA
VIVA O REI