"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

domingo, 1 de maio de 2011

“FMI fora de Portugal”

1.º Maio: Apelos ao voto contra PS, PSD e CDS na manifestação do Porto (in  Lusa)

Apelos ao voto contra PS, PSD e CDS nas eleições de 05 de junho e gritos contra a presença do FMI em Portugal foram ouvidos hoje na manifestação do 1.º de Maio no Porto, organizada pela CGTP.

“Temos de aproveitar a oportunidade e castigar severamente os culpados pela situação: os sucessivos governos do PS, PSD e CDS e todos aqueles que se têm aproveitado das suas políticas”, afirmou o coordenador da União de Sindicatos do Porto (USP), João Torres.

A manifestação juntou centenas de pessoas na Praça da Liberdade e na Avenida dos Aliados, muitas das quais empunhando cartazes em que exigiam “FMI fora de Portugal”, o aumento e não corte dos salários e o fim dos despedimentos e do trabalho precário.

No único discurso da manifestação, João Torres frisou que “é preciso votar, e votar bem”, nas eleições legislativas, não caindo na “armadilha” dos que propõem o voto em branco ou a abstenção.

O dirigente sindical alertou que, “se tudo correr bem na ótica dos partidos da política de direita”, depois das eleições os banqueiros e patrões vão “ajustar contas com o povo” e “o Estado continuará a albergar ladrões e a roubar dinheiro aos pobres e aos velhos, e roubará o futuro às jovens gerações”.

João Torres acusou os políticos dos partidos que governaram o país nos últimos 35 anos de serem “submissos ao grande capital” e integrarem uma “longa lista de ladrões e corruptos”.

Para o coordenador da USP, os “partidos do arco do poder” (PS, PSD e CDS) “são na verdade os partidos da corrupção, da contrarrevolução, do FMI e da União Europeia”.

Estes partidos, acrescentou, têm aplicado no país “medidas de retrocesso político, económico, social e cultural, sempre à revelia da Constituição e do projeto de Abril”.

João Torres responsabilizou os “governos da política de direita” pela “destruição” de grande parte da indústria transformadora do distrito do Porto, que conta já “mais de 150 mil desempregados”, elevando para “13,5 por cento” a taxa de desemprego.

“Infelizmente, um terço do total dos beneficiários do rendimento mínimo vive aqui no nosso distrito”, afirmou, alertando que mais de metade dos desempregados da região não recebe subsídio de desemprego.

João Torres acusou também os líderes dos grupos Sonae e Jerónimo Martins de “arrogância e prepotência”, ao decidirem abrir as lojas Continente e Pingo Doce no Dia do Trabalhador, e enalteceu o facto de os hipermercados Jumbo terem ficado fechados.

O dirigente sindical apelou ainda à participação de todos nas manifestações de 19 de maio em Lisboa e Porto.

Após o discurso, os manifestantes desfilaram em volta da Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados, terminando as comemorações com a atuação da Brigada Victor Jara. 

(in Lusa) 


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