"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

domingo, 26 de maio de 2013

Governo, Rua!



«O Governo apresenta Programas, Acordos, Estratégias, Pactos, sempre com a retórica do emprego, do crescimento e da competitividade. Falam, falam, mas crescimento, competitividade e emprego, nem vê-los!

Se fosse pela repetição da afirmação de que é necessário crescimento e emprego, Portugal já era uma superpotência da U.E.

Desde os PEC’s – o compromisso para o crescimento, emprego e competitividade, assinado entre os Parceiros Sociais do costume e o Governo de então, do PS\Sócrates, passando pelo Acordo para o Crescimento, competitividade e emprego, assinado mais uma vez com os mesmos de sempre, com Passos e Portas, à Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial apresentada com grande pompa por ministros e secretários de Estado, o que não faltam são declarações de mera propaganda!

O certo é que não há crescimento, emprego e competitividade com esta austeridade. O certo é que há cada vez mais pobreza, exclusão e fome em Portugal

Bem pode o ministro Paulo Portas afirmar-se como grande defensor dos reformados, que nós não esquecemos que foi o CDS que deu cobertura a medidas que atingem esta camada e a generalidade da população. Foram eles, com o PSD, que estiveram na redução do acesso ao subsídio de desemprego; nos cortes dos salários, pensões, reformas e subsídios de férias e Natal dos trabalhadores da Administração Pública e dos pensionistas e reformados; na lei dos despejos; no corte do abono de família, do complemento solidário para idosos e de outras prestações sociais; no aumento do IRS e do IMI; na subida do IVA da restauração e em tantas outras matérias que penalizam fortemente o povo português e fragilizam ainda mais os reformados!

Para aqueles que afirmam que não há alternativa, na verdade o que querem é manter em funções o seu Governo. O maior problema que enfrentam é o do medo de dar a palavra ao povo e de receber em troca a certidão de óbito a um Governo que é repudiado pela generalidade da população.

A melhor forma de defender a instituição Presidência da República passa por o Presidente respeitar e fazer respeitar a Constituição da República Portuguesa.»



«Convocar eleições e atribuir ao povo a responsabilidade de com o seu voto encontrar saídas e soluções para os problemas com que o país se confronta, é reforçar e consolidar a democracia!

O país precisa de uma alternativa política que aplique uma política alternativa e acabe de vez com esta alternância, do jogo da roda de cadeiras!

O país precisa de uma política alternativa que rompa com fio condutor que nos conduziu à presente situação!

Uma política que aposte na procura interna! As empresas não investem porque não têm perspectivas de vendas e não têm perspectivas de vendas porque a população não tem rendimento disponível para comprar! Para relançar o investimento e produção nacional, é fundamental aumentar os salários, começando pelo salário mínimo nacional e aumentar as pensões de reforma

Uma política que diminua a carga fiscal sobre quem trabalha e trabalhou e a aumente para os que acumulam os milhares de milhões de euros distribuídos sob a forma de dividendos!

Uma política que alargue as prestações sociais de desemprego a todos os que delas necessitem, e vá buscar dinheiro às centenas de milhares de milhões de euros que são jogados na especulação bolsista.

Uma política que respeite e efective o direito à contratação colectiva e acabe com o bloqueio e a violação dos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores.

Uma política que aumente o orçamento da educação e da saúde e reduza a transferência de verbas em juros pagos a agiotas e chantagistas!

Uma política que utilize a CGD para financiar o tecido produtivo e ponha os accionistas da SLN a pagar o buraco do BPN!

Uma política que invista em equipamentos sociais e culturais e pare com os lucros garantidos nas PPP’S!

Uma política que reforce a Administração Pública, que contrate mais trabalhadores onde estes são necessários e melhore os serviços públicos, pare com as privatizações e acabe com as rendas escandalosas do sector energético!

Uma política de verdade que rompa com a mentira repetida até a exaustão de que não há dinheiro para reformas e prestações sociais, mas que nunca põe em causa os montantes, prazos e juros transferidos para o exterior!»
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN

Não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht

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