"O que diferencia «uma mudança reformista» de «uma mudança não reformista» num regime político, é que no primeiro caso o poder continua fundamentalmente nas mãos da antiga classe dominante e que no segundo o poder passa das mãos dessa classe para uma nova."

domingo, 18 de setembro de 2011

Os media e a Festa

A forma como os média dominantes maltrataram a Festa do Avante! é bem o exemplo do estado de degradação em que se encontram trinta e oito anos depois de o 25 de Abril lhes ter restituído o direito e o dever de informar, e ao povo português o direito a ser informado.

Sabe-se que os media dominantes não gostam de coisa alguma proveniente do PCP – e odeiam, acima de tudo, a Festa do Avante!.

Sendo os seus donos quem são, percebe-se... e não se lhes contestaria o direito de exibir esse ódio, se eles não fizessem questão de se auto-proclamar «isentos», «independentes», «imparciais» e blá-blá-blá. Assim, não: da mesma forma que um gatuno profissional não pode ser visto como pessoa de bem, também um órgão profissional da desinformação não pode ser visto como coisa séria.

É um facto que a Festa do Avante! foi, uma vez mais, a maior, a mais participada, a mais importante realização política e cultural do primeiro fim-de-semana de Setembro – e do ano.

E é um facto que, para a generalidade dos media dominantes, foi como se a Festa não tivesse existido. Não cito títulos: dizendo que cada um foi pior do que cada um, está dito o essencial – de tal modo que, se fosse verdadeiro o dito de que o que não sai nos media não existe… a Festa do Avante! não teria existido.

Acontece que existiu... como espaço único de debates e exposições sobre os grandes temas da actualidade nacional e internacional e do maior de todos os comícios partidários realizados em Portugal; com as mais diversificadas iniciativas culturais: debates sobre livros recém publicados ou sobre momentos e figuras relevantes da história da cultura; exposições de artes plásticas e com aquele que foi, inequivocamente, um momento maior da vida cultural portuguesa: a Grande Gala de Ópera, ouvida por dezenas de milhares de pessoas, muitas das quais nunca tinham assistido a um espectáculo deste género – um espectáculo que, numa situação de democracia informativa, teria sido transmitido em directo…

Mas se as consequências de 35 anos de política de direita são visíveis em todas as áreas da vida nacional, porque haveriam os media de ficar isentos?Ainda por cima, sendo propriedade de quem são...

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